‘França agora pode exportar Rafale para a Líbia’, diz analista russo

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Segundo matéria do jornal ‘The Moscow Times’, não deverá haver negócios da Rússia com a Líbia pós Gaddafi.

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Na quarta-feira, 24 de agosto, o jornal “The Moscow Times” publicou matéria trazendo informes de várias agências internacionais sobre a situação na Líbia, com o controle do país caindo nas mãos dos rebeldes. Deixando de lado a parte inicial do texto que trata do desenrolar das ações até um dia antes, assunto que pode ser acompanhado pelos leitores no site  das Forças Terrestres, vale a pena ir direto ao ponto principal da matéria do jornal: na opinião de analistas e observadores russos, levando em conta aspectos militares e comerciais da situação, a posição de Moscou na Líbia ficará enfraquecida quando os rebeldes finalmente tomarem conta do país.

O coronel Viktor Murakhovsky disse que a praticamente certa vitória dos rebeldes foi possível graças aos esforços coordenados dos ocidentais. Segundo o coronel, um papel fundamental foi realizado por serviços de inteligência, comprando ou influenciando as deserções de oficiais e soldados antes leais a Kadafi. O treinamento de rebeldes por conselheiros ocidentais e o isolamento do regime, feito de forma metódica, também foram fatores de importância.

Ainda segundo o coronel Murakhovsky, a operação na Líbia também mostrou as fraquezas dos aviões de combate europeus, que não poderia agir de maneira independentre em relação aos Estados Unidos.

Mikhail Margelov, representante especial do presidente Dmitry Medvedev na África, disse que os rebeldes prometeram manter e reconfirmar todos os contratos existentes com a Rússia. Mas, na opinião de Vladimir Isayev. analista do Instituto de Estudos Orientais da Academia Russa de Ciências, os novos governantes líbios não deverão esquecer o fato de que a Rússia se absteve de votar a Resolução 1973 da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo Isayev, França e Grã-Bretanha deverão ficar com as vantagens econômicas.

Os rebeldes também indicaram que deverão rever contratos. “Temos algumas questões políticas com a Rússia, a China e o Brasil”, disse Abdeldzhalil Mayuf, porta-voz da Arabian Gulf Oil Company (AGOCO), a empresa estatal de petróleo da Líbia, que agora está sob controle dos rebeldes.

No recente evento aeroespacial MAKS, o diretor geral da agência russa de exportação de material de defesa (Rosoboronexport), Anatoly Isaikin, disse que as sanções da ONU custaram 4 bilhões de dólares para a agência. Na semana passada. A “Tactical Missiles Corporation”, sediada em Korolyov (próximo a Moscou) sofreu prejuízos de 600 milhões de euros em contratos bloqueados com a Líbia, segundo seu diretor geral, Boris Obnosov. E um contrato para a venda de seis aviões de treinamento Yak-130 foi congelado, conforme declaração do presidente da “Irkut Corporation”, Alexei Fyodorov.

O maior vencedor será a França, que agora pode exportar seu caça Rafale para a Líbia, disse Konstantin Makiyenko, analista do Centro de Anãlises de Estratégias e Tecnologias.

Por fim, o analista político Boris Makarenko disse que o presidente Dmitry Medvedev não conseguirá nenhum benefício de seu apoio aos aliados ocidentais no conflito da Líbia. Apesar de ter reforçado sua posição internacional ao apoiar as sanções contra a Líbia, a maioria dos russos apoia Gaddafi.

FONTE: The Moscow Times (com informações de MT, AP, Vedomosti, Bloomberg, Reuters, Interfax)

Tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo

FOTOS: Armée de l’air (Força Aérea Francesa)

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