Câmbio enrosca, mas negociação do Rafale para os Emirados segue engatada

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Segundo reportagem do site Defense News, o chefe executivo da Dassault Aviation, Charles Edelstenne, disse que a resistência dos Emirados Árabes Unidos para a compra do Rafale deve-se a uma taxa de câmbio desfavorável do euro em relação ao dólar. Apesar disso, as conversas sobre a aquisição do Rafale contnuam. A declaração foi dada no último dia 28 de julho, na coletiva de imprensa para apresentação dos resultados da empresa do primeiro semestre deste ano. Segundo Edelstenne, as discussões dos Emirados com a Lockheed Martin sobre uma eventual compra de caças F-16 adicionais “não foi um sinal negativo. As conversas estão caminhando”.  

Porém, com a cotação do euro na casa de 1,40 dólares, o preço do Rafale foi aumentado pela taxa de câmbio, segundo Edelstenne, e a Dassault não poderia cortar o preço em 40% para compensar o dólar mais fraco: “Eu faço Mirages, não milagres”, disse o executivo.

Edelstenne recusou-se a revelar o preço unitário do Rafale, mas disse que uma venda ao exterior geralmente envolve uma decisão política de pagar um “price premium” – em bom português, um adicional – que garanta “independência de ação”. Como o Rafale é produzido na França, refletindo uma decisão estratégica de soberania, seus custos são em euros, o que o torna mais caro que um caça norte-americano vendido em dólares. 

Com um ritmo de produção de uma unidade por mês, a Dassault entregou seis caças Rafale neste ano, dentro de uma encomenda total que, até o momento, chega a 180 aeronaves. Em privado, os executivos da empresa esperam que o Governo Francês postergue novas encomendas devido a possíveis cortes de orçamento, especialmente se o caça ganhar um contrato de exportação. Além dos Emirados Árabes Unidos, a Dassault tem esperança de vender o Rafale à Índia, ao Brasil e à Suíça.  A Índia continua seguindo seu cronograma para a aquisição de 126 aviões de combate de médio alcance, e o Governo Suíço mostrou interesse renovado na substituição de seus caças F-5.

FONTE: Defense News (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Força Aérea Francesa (Armée de l’air)

NOTA DO EDITOR: peço perdão pelo trocadilho do título, mas o “chairman” da Dassault também fez o dele.

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