Processo de compra de caças completará 12 anos sem definição

25

Passados 11 anos, o governo ainda discute a compra dos caças, tendo como prazo mais próximo para uma nova definição o ano de 2012

 

Severino Motta, iG Brasília

Em julho de 2000, o então presidente Fernando Henrique Cardoso deu o primeiro passo para a compra de uma esquadrilha de caças para o governo. Naquele mês nascia o projeto FX, que previa gasto de US$ 700 milhões para a aquisição de até 24 aeronaves.

A ideia original era substituir a antiga frota de F-103 Mirage, que continua a ser usada* em operações da Força Aérea Brasileira (FAB). A compra dos caças era parte do Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, com orçamento da ordem de US$ 3,3 bilhões.

Hoje, passados onze anos, o governo ainda discute a compra dos caças, tendo como prazo mais próximo para uma nova definição o ano de 2012. Entre idas e vindas, o projeto agora se chama F-X2, prevê a compra de 36 aeronaves multiuso e tem custo entre R$ 10 bilhões e R$ 25 bilhões.

À medida que as cifras e o número de aviões subiu, cresceu também a competição entre os concorrentes. O favorito iniciante, a Rússia, perdeu espaço no páreo e ficou desclassificado perante os finalistas Dassault (da França), Saab (da Suécia) e Boeing (dos EUA).

Aliás, na Rússia, em 2002, FHC já dera o tom da disposição brasileira em comprar as aeronaves: “Nós não estamos com pressa para comprar aviões pois não há ameaça de guerra neste momento “, declarou a uma agência de notícias do país.

Anos mais tarde, a Dassault chegou a ser declarada vencedora pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em conversa com o colega francês Nicolas Sarkozy. De novo, porém, não houve decisão final tomada formalmente.

No começo deste ano, era grande a expectativa de que Dilma Rousseff tomasse a decisão final sobre o caso, mas ela resolveu prorrogar qualquer nova decisão para 2012, tendo em vista a falta de clima para compras bilionárias em meio a um drástico corte de gastos do governo.

O iG conversou com as três empresas finalistas nesse concorrência que se alonga por mais de uma década. Descobriu ironias, autoelogios e uma verdadeira guerra sendo travada entre as fabricantes de armas que tentam garantir a venda de suas aeronaves.

FONTE: iG

*NOTA DO EDITOR: a reportagem do iG cometeu vários erros, entre os quais confundir duas gerações do Mirage. Devido ao próprio atraso na definição do F-X original, os F-103 (designação da FAB para seus Mirage III EBR/DBR recebidos a partir do início dos anos 1970 e pertencentes a uma geração que entrou em serviço na França nos anos 1960) foram desativados em 2005 e substituídos, anos depois, por caças Mirage 2000  franceses usados (geração que entrou em serviço em meados dos anos 1980 na Força Aérea Francesa) e que na FAB receberam a designação F-2000.

wpDiscuz