Cortes do Pentágono podem encerrar linhas de montagem – ou projetos

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Fechar linhas de montagem do F-18, do C-17 e do C-130?  Cancelar o F-35 e colocar suas tecnologias no F-16 e no F-18? Qualquer que seja a resposta, o objetivo é cortar US$ 400 bilhões em 12 anos.

O Presidente dos EUA, Barak Obama, disse ao novo Secretário de Defesa Leon Panetta para reduzir os gastos militares em 5%. Parece modesto, mas dada a enormidade do orçamento militar, isso vai tirar 33 bilhões de dólares por ano de uma economia que já tem problemas. E analistas opinam que, provavelmente, o corte poderá chegar perto de 10%.

O Departamento de Defesa responde por aproximadamente 20% dos gastos federais e metade dos gastos discricionários, empregando 3 milhões de pessoas, o que inclui 700.000 civis. Por isso, chama a atenção na hora de passar a tesoura.

O Secretário da Defesa Panetta precisa descobrir como cortar 400 bilhões ao longo de 12 anos. Isso vai afetar desde coisas triviais até quantos F-35 serão construídos, o que afeta praticamente todos os estados amerinos. Por exemplo, perto de 18% da economia do Havaí depende ou está ligada aos gastos de defesa. Na Flórida, os gastos militares contribuem com tanto dinheiro quanto o turismo.

Segundo analistas, os cortes não deverão ficar restritos a sistemas de armas. Espera-se que o crescimento das forças terrestres seja parado, e que algo como 100.000 servidores ativos das forças armadas sejam cortados. Bases americanas poderão ser fechadas, tanto nos EUA quanto em outros países – mas ao menos as domésticas deverão ser poupadas nos próximos dois anos, devido às eleições. Mas a parte mais vulnerável aos cortes deverá ser a dos civis que trabalham para o Departamento de Defesa, por serem os mais bem pagos.

As linhas de produção dos seguintes aviões militares já estão programadas para fechar: C-17 (em Long Beach, na Califórnia); C-130 (em Marietta, na Geórgia) e F-18 (em Seattle, Washington). E o F-35, cuja montagem final pela Lockheed Martin é feita em Fort Worth, no Texas, também está sob ataque. Trata-se do mais caro programa de armamento na história dos EUA, e que ficou mais caro ainda neste mês, com o anúncio de custos adicionais de 771 milhões de dólares.

O Escritório de Orçamento do Congresso (Congressional Budget Office) propôs cortar o F-35 de uma vez, o que traria economias de 27 bilhões de dólares nos próximos cinco anos e de 260 bilhões de dólares no longo prazo. O escritório recomenda que o Pentágono, ao invés de continuar com o F-35, faça modernizações no F-16s e no F/A-18 para lhes dar algumas das capacidades do mais caro F-35.

Por outro lado, o ex-Secretário da Marinha, Gordon England, recomenda que Panetta resista à tentação de matar programas de aquisição ou de fazer cortes proporcionais a todos os programas atuais. Ele sugere que se faça economia dividindo os custos de desenvolvimento de armas com os aliados dos EUA.

FONTE: ABC News (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTO:jsf.mil

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