Mais caças F-16 podem estar na mira dos Emirados Árabes Unidos

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Segundo nota do site Defense News, os Emirados Árabes Unidos (EAU) estão conversando com a empresa norte-americana Lockheed Martin sobre a compra de mais jatos de combate F-16. Isso porque, conforme afirmação de uma fonte familiarizada com as negociações no Golfo, a oferta de uma versão avançada do jato de combate Rafale, por parte da França, é vista como muito cara.

A fonte disse que “os Emirados Árabes Unidos estão achando a oferta dos caças Rafale muito cara em comparação com as capacidades da aeronave e de outras tecnologias existentes no mercado. As negociações com a França ainda estão em andamento e os dois lados estão buscando um acordo.”

Os EAU são vistos como um possível primeiro comprador de exportação do Rafale, produzido pela  francesa Dassault, num negócio estimado em 10 bilhões de dólares (aproximadamente 15,7 bilhões de reais). Reuniões sobre a venda do Rafale foram realizadas no Paris Air Show, que acabou no dia 26 de junho.

Mas, ainda segundo a fonte, a resistência quanto aos preços levou as autoridades dos Emirados Árabes Unidos a abrir discussões com a Lockheed Martin, visando a compra de mais caças F-16, equipados com a mais nova tecnologia em “armamento e sensores de direcionamento”.

No ano passado, membros do governo dos Emirados Árabes Unidos pediram informações técnicas sobre o Boeing F/A-18 E/F Super Hornet, após um atrito político nas conversações de alto nível realizadas entre Abu Dhabi e Paris.

Nas negociações com os franceses, alguns elementos estariam esticando o orçamento previsto pelos pelos Emirados Árabes Unidos, como os custos de desenvolvimento conjunto de uma versão mais poderosa e “especial” do Rafale, além de manutenção e peças de reposição. Os EAU querem que os seus Rafales sejam equipados com motores Snecma M88 mais potentes, com 9 toneladas de empuxo (1,5 tonelada a mais do que a versão empregada pela Força Aérea Francesa). Outras melhorias incluem uma antena de radar de varredura eletrônica ativa (AESA) com maior alcance, e uma suíte de guerra eletrônica Spectra mais capaz.

As modernizações já haviam sido estimadas em 2 bilhões de euros (2,9 bilhões de dólares ou 4,53 bilhões de reais) pelo então ministro da Defesa francês Hervé Morin. A Dassault Aviation não quis comentar a respeito.

Pouco antes do Paris Air Show, o presidente-executivo da Dassault, Charles Edelstenne, disse que “as conversas estão avançando”, a respeito da oferta dos Rafale para os Emirados Árabes Unidos. Já a fonte do Golfo disse que “a Lockheed Martin está oferecendo um pacote muito atraente financeiramente.”

A venda aos Emirados Árabes Unidos pode ajudar a Lockheed Martin a manter aberta a linha de montagem do F-16, depois que a Índia rejeitou o caça norte-americano na “Short-List” do Avião de Combate Multitarefa de Médio Porte (MMRCA). A Lockheed não comentou a notícia até o momento.

A França precisa, e muito, de uma exportação do Rafale, que é considerado uma vitrine de competência tecnológica militar. Isso porque o orçamento da defesa nacional assume contratos de exportação para ajudar a pagar por uma cadência firme de produção. A Dassault já afirmou que precisa construir 11 unidades de Rafale por ano para manter a linha de montagem num ritmo economicamente viável.

Grandes empresas dependem do Rafale. Isso inclui a subsidiária Sagem, da Safran, para o FLIR, a fabricante Snecma dos motores, a Thales, responsável pela eletrônica e pelo radar AESA RBE2, além da MBDA, que espera vender o míssil ar-ar de longo alcance Meteor.

Na década de 1990, os Emirados Árabes Unidos compraram 80 caças F-16 E/F, com seus característicos tanques de combustível conformais, num negócio avaliado em 7,3 bilhões de dólares (aproximadamente 11,4 bilhões de reais), num contrato de venda via FMS (Foreign Military Sale – venda militar para o exterior) com os EUA, dos quais 3 bilhões de dólares (aproximadamente 4,7 bilhões de reais) foram gastos no desenvolvimento conjunto dos modelos Block 60 ‘Desert Falcon’,  reconhecidos no mundo todo como os mais capazes caças F-16.

 

Como co-desenvolvedores, os Emirados Árabes Unidos são co-proprietários de algumas das tecnologias militares sensíveis da versão Block 60. Como parte do acordo, o pessoal dos EAU trabalhou no programa de co-desenvolvimento, e a Lockheed Martin treinou técnicos dos Emirados para prestar toda manutenção nos caças Block 60.

Na década de 1990 os EAU também compraram os caças Dassault Mirage 2000-9, mais avançados do que a versão 2000-5 que voava na Força Aérea Francesa. Caças Mirage 2000 mais antigos também foram modernizados para a variante mais capaz. Essa frota de Mirage 2000-9 ainda tem uma longa vida pela frente, mas os Emirados Árabes Unidos poderiam começar a aceitar a entrega dos novos caças F-16 em menos de cinco anos, mantendo as aeronaves Mirage existentes, segundo a fonte.

A França havia previamente se oferecido para comprar de volta a frota de Mirage e revender os caças no mercado de exportação, de modo a  incentivar a venda do Rafale para os EAU. Os Emirados Árabes Unidos compraram o míssil de cruzeiro Black Shaheen para o Mirage. Em ataques de longo alcance, os Emirados possuem também o Hakim, que foi mostrado sob a asa de um modelo Rafale apresentado no estande da fabricante de mísseis MBDA durante o IDEX show em Abu Dhabi, em fevereiro.

FONTE: DefenseNews (tradução: Vader – adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS via DID

Colaborou: Vader

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