Prossegue a substituição do Gripen A/B pelo C/D na Suécia
Mais uma notícia disponibilizada na Suécia sobre o Gripen, dentre as que estamos selecionando e distribuindo em mais de um dia para não sobrecarregar nossos leitores: conforme vários informes veiculados pelo site das Forças Armadas da Suécia ao longo das últimas duas semanas, prossegue o reequipamento de esquadrões com as versões C e D do Gripen – na foto acima, a Ala F 17 realiza último voo na versão anterior do caça, o JAS 39 A / B, em uma formação de sete aeronaves.
O voo acima foi realizado no dia 16 de junho, e dele tomou parte a major Patricia Wall, exercendo a função de “company commander” e fazendo seu primeiro voo na aeronave, com o posto dianteiro ocupado pelo comandante da 172ª divisão de caças, o Coronel Tommy Petersson.
Na semana seguinte, em 22 de junho, o site das Forças Armadas da Suécia informava o início do treinamento dos pilotos (aproximadamente 18) em teoria e no simulador para voarem a mais nova versão do Gripen, a chamada “Jas 39C Edição 19”.
A primeira divisão da ala F 17 já vinha voando o Jas 39C há alguns anos, e são os pilotos dessa unidade que estão cumprindo missões sobre a Líbia – na foto acima, vê-se um caça da versão C que cumpre missões sobre a Líbia a partir da base de Sigonella, na Sicília. Os pilotos da primeira divisão que não foram desdobrados para o conflito ajudarão a fazer a conversão dos seus colegas.
Todos os oficiais que apoiam as operações dos pilotos, em funções de inteligência, guerra eletrônica, planejamento e avaliação de missões, estão paralelamente fazendo treinamento em MSE (Mission Support Element).
Entre as diferenças das versões A para a C, nem todas visíveis externamente, estão a mudança em vários monitores e controles: toda a instrumentação passou a apresentar dados em nós e pés, ao invés de km / h e metros. Além disso, JAS 39C é equipado com sonda retrátil de reabastecimento em voo, possui capacidade aprimorada para fazer fotos de reconhecimento, além de poder utilizar bombas guiadas a laser. Pode-se dizer que o JAS 39A original foi planejado para operar principalmente na Suécia, enquanto que a versão C é mais compatível com outras forças aéreas do mundo ocidental, sendo planejado para operar globalmente.
Para pilotos experimentados, basta algumas semanas para aprender a voar a versão C – mas são necessários alguns meses para aprender a utilizar todas as suas novas capacidades.
As versões C e D da aeronave também são equipadas com o EWS – Electronic Warfare System (Sistema de Guerra Eletrônica) que é uma versão avançada do antigo VMS – Varnare och Motmedels System, ou sistema de alerta e contramedidas.
O detector de radar busca as ondas de radar para procurar emissões. Uma estação de radar pode ser identificada por seu comportamento e, se o radar for identificado como uma arma, passa a ser apresentado ao piloto como uma ameaça. Este pode optar como reagir, lançando contramedidas de sua escolha ou deixar o sistema atuar automaticamente, com base em instruções armazenadas em sua biblioteca.
Pode-se “jamear” o emissor, mandando energia na mesma frequência, fazendo com que o caça não seja adquirido como alvo ou atrasando essa aquisição, de modo que a aeronave tenha tempo para realizar uma evasão. Diversos modos de jameamento podem ser escolhidos, cada um para uma ameaça específica. Contramedidas como flares são lançadas contra mísseis guiados por calor, “escondendo” os gases quentes do motor, assim como chaffs, para confundir mísseis guiados por radar. Mesmo que um caça seja equipado com os melhores sistemas de alerta e contramedidas que o dinheiro possa comprar, ainda é necessário que o piloto seja alertado com a informação exata sobre a ameaça, e no tempo certo.
Nas alas de caça suecas, há a função específica de oficial de guerra eletrônica, que trabalha com seus colegas de inteligência na análise de ameaças e na atualização das bibliotecas dos sistemas EWS dos caças, visando áreas específicas em que este vai operar. O principal objetivo é evitar que sinais de radar potencialmente perigosos não sejam identificados como ameaças, e por isso o oficial de guerra eletrônica analiza todos os dados de um voo, de modo a ajustar a biblioteca para as próximas missões.
FONTE / FOTOS: Forças Armadas da Suécia