Gripen começa a usar o Link 16 nas operações sobre a Líbia
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Primeiro voo de caças Gripen equipados com o padrão Link 16 da OTAN, em operações sobre a Líbia, deu-se na última segunda-feira
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Na terça-feira, 1º de junho, as Forças Armadas da Suécia divulgaram informe sobre o primeiro voo operacional de caças Gripen, desdobrados na Sicília para missões sobre a Líbia, equipados com o sistema de enlace de dados Link 16, padrão OTAN. Segundo o informe, esse primeiro voo com o sistema foi realizado na tarde da segunda-feira, 31 de maio.
Conforme nota divulgada anteriormente (veja Nota do Editor do primeiro link da lista ao final desta matéria), o sistema já havia feito sua estreia na aeronave, em um exercício realizado com a Noruega e Finlândia. Mas o voo de segunda-feira passada foi a estreia em missões reais, em apoio à manutenção da Zona de Exclusão Aérea sobre a Líbia.
Através do Link 16, todas as aeronaves da coalizão liderada pela OTAN podem acessar os mesmos dados, compartilhando a consciência situacional. Os dados criptografados são trocados entre aviões de combate, helicópteros e navios equipados com o sistema. Nas aeronaves, os dados compartilhados em tempo real e mostrados em telas digitais contribuem para aumentar a segurança e o controle das forças aliadas, minimizando riscos: no caso, o chamado risco “blue on blue”, como diz o comandante do destacamento sueco, Stephen Wilson.
O informe diz que o JAS 39 Gripen já estava preparado há mais de um ano para o Link 16, bastando apenas uma decisão da OTAN para que o mesmo fosse empregado nos caças nesta operação. A seção de ligação e comando e controle do FL 2001 (denominação do destacamento sueco) preparou-se adicionalmente com documentação, além da colaboração do contingente dinamarquês da operação, de modo a saber como empregar a criptografia no momento.
Segundo Mikael Olsson, que há três anos treina pilotos para emprego do sistema na TU JAS 39 em Linköping (Suécia), “o Link 16 não é um pré-requisito para participação nesta operação da OTAN, mas ele torna as coisas mais fáceis para todos.”
O sistema é composto por três rádios, um para as comunicações em data link (enlace de dados), outro para comunicação verbal com o controle de tráfego aéreo da base ou com aeronaves AWACS, e o terceiro para uso nacional. Antes, haviam apans dois, um para voz e outro para dados. Em cada um dos caças Gripen utilizados nas operações sobre a Líbia, os engenheiros de voo instalaram um terminal MIDS – Multifunctional Information Distribution Service. Nas fotos (uma delas mostrada refletida), o primeiro tenente engenheiro de voo Fredrik Andersson carrega as chaves criptográficas no terminal MIDS.
O Link 16 foi introduzido nacionalmente nas Forças Armadas Suecas no início deste ano, e foi testado durante um exercício no norte da Suécia, em março. O prazo para utilizá-lo internacionalmente era de um ano, mas as coisas foram aceleradas.
Olsson finaliza acrescentando que, “devido à Suécia participar na operação, foram abertas as portas para o processo de decisão e de aprovações. Pela primeira vez nós participamos com um data link internacional, tal qual o resto da coalizão. É um marco para a história da Força Aérea e das Forças Armadas”.
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