Aeronave seria capaz de ameaçar instalações nucleares do Irã

A Força Aérea Israelense quer mandar seus melhores pilotos para os Estados Unidos antecipadamente para começar a treinar no Lockheed Martin F-35 Joint Strike Fighter, acelerando o processo de implantação dos 20 aviões que o Ministério de Defesa israelense encomendou em outubro de 2010.

O Pentágono já deu luz verde a Israel para comprar outros 55 avançados caças de quinta geração.

Com a confirmação das aquisições, Israel poderá equipar três esquadrões com o F-35, alterando a estratégia de ataque israelense, largamente equipada com a Lockheed Martin F-16I e Boeing F-15I.

“O avião irá fornecer novos recursos à Forlça Aérea”, informou o comandante Ido Nechushtan nesta quarta-feira em uma conferência no Instituto Fischer de Estratégia e Estudos Espaciais, localizado perto de Tel Aviv.

“O F-35 é vital para nossa existência e proporcionará um salto dramático em recursos.”

Mas o programa JSF tem sido atormentado por problemas, atrasando o projeto em dois anos e adicionando custos enormes, que têm pressionado o valor unitário original de US$ 69 milhões para mais de US$ 120 milhões.

Apesar do entusiasmo da Força Aérea de Israel pela aeronave, que os comandantes dizem que permitirá a Israel manter sua supremacia aérea sobre seus adversários regionais, a aquisição tem enfrentado forte oposição de legisladores, horrorizados como crescente preço.

Enquanto isso, o programa continua a sofrer reveses que poderiam atrasar ainda mais a sua implementação em operações no Oriente Médio.

Sob o acordo de 2010, em que o pagamento pelos aviões viria da ajuda militar dos EUA ao Estado judeu, Israel deveria começar a receber os F-35 em 2015.

Mas é provável que isso não aconteça até 2017 devido a problemas de desenvolvimento enfrentados pela Lockheed Martin com o programa F-35.

O programa JSF recentemente sofreu outro duro golpe quando o Departamento de Defesa dos EUA divulgou que o avião, equipado com sistemas avançados, pode ter um alcance menor do que o inicialmente projetado.

O raio de combate do modelo F-35A, sem reabastecimento em vôo, é atualmente estimado em 584 milhas náuticas em vez dos previstos 690 milhas náuticas.

Isso poderia ser um problema sério para os israelenses, que querem o F-35 com um eventual sistema de ataque capaz de ameaçar as instalações nucleares iranianas.

Isto implicaria em operações de reabastecimento aéreo para que os jatos ataque atingissem seus alvos e voltassem para suas bases.

Desta forma, um alcance inferior ao originalmente especificado poderia complicar ainda mais uma missão que, de início, já seria bastante complexa.

O programa JSF deverá custar aos Estados Unidos algo em torno de US $ 1 trilhão nas próximas duas décadas, sendo o projeto militar mais caro da história.

O plano é construir 2443 JSF em diferentes versões para a Força Aérea dos EUA, Marinha e Fuzileiros Navais.

Aliados dos EUA como o Reino Unido, Itália, Singapura, Japão, Holanda, Turquia e Austrália já se comprometeram a comprar o F-35, embora alguns, como o Japão, disseram que podem desistir por causa dos problemas de desenvolvimento.

Uma eventual falha de desempenho do JSF no mercado pode abrir mais espaço para outros caças que incluem o Eurofighter Typhoon construído pelo consórcio de quatro países europeus, a Saab sueca com o Gripen e a francesa Dassault Rafale, assim como o Boeing F/A-18E/F Super Hornet.

Existiam rumores de que Israel consideraria a compra de avançados modelos atualmente no mercado como o F-15 porque estes poderiam ser entregues antes do F-35.

Esta opção parece estar descartada e a Força Aérea quer adiantar em uma ano a formação dos seus pilotos de F-35 e assim eles estariam prontos para operá-los quando os jatos fossem entregues em 2017.

“Em termos de custo, nós selecionamos o melhor avião”, Nechushtan disse a uma platéia formada por executivos da indústria da defesa e oficiais superiores na quarta-feira.

“Os prazos previstos na entrega dos F-35  ( para a Força Aérea Israelense) é menos dramático do que aquilo que está sendo dito …

“Nós não queremos contemplar uma situação na qual temos jatos inferiores aos que os outros têm”, comentou Nechushtan.

FONTE: UPI

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Poder Aéreo

wpDiscuz