Índia segue ‘a todo vapor’ para finalizar acordo de caças de US$ 10,4 bilhões

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Segundo reportagem do jornal ‘The Times of India’, publicada já na madrugada desta segunda-feira, 23 de maio, a Índia está indo a toda velocidade para assinar ‘a mãe de todos os acordos de defesa’ por volta de dezembro, rejeitando as reclamações dos que foram postos para fora do concorrido programa MMRCA (aeronave de combate multitarefa de médio porte), de 10,4 bilhões de dólares.

O objetivo é garantir que as entregas dos 126 caças comecem a partir de dezembro de 2014, para conter a rápida erosão da vantagem de combate da Força Aérea Indiana. De fato, atas fontes da defesa disseram que planos estão em marcha para basear o primeiro esquadrão MMRCA no setor oeste, mais provavelmente em Ambala, por volta do final de 2015.

Os primeiros 18 jatos virão em ‘condição de operação’ (fly-away condition) diretamente do grande fornecedor – apenas Eurofighter Typhoon (EADS) e o francês Rafale (Dassault) restaram na competição – finalmente selecionado para o projeto.

Os lotes seguintes dos 108 caças, a serem fabricados na Índia pela Hindustan Aeronautics (HAL) após transferência de tecnologia, serão progressivamente baseados em locais relevantes, com foco especial na fronteira leste com a China.

Segundo uma fonte, ” o primeiro caça construído na HAL deverá sair da linha de produção em dezembro de 2016. Subsequentemente, a HAL entregará seis jatos por ano, o que deverá crescer mais tarde para 20 por ano. No final, a HAL conseguirá absorver 85% da tecnologia.”

Com os planos claramente colocados, o Ministério da Defesa eliminou qualquer 0potunidade de volta dos quatro caças eliminados, os F/A-18 ‘Super Hornet’ ( Boeing) and F-16 ‘Super Viper’ ( Lockheed Martin) dos EUA, o sueco  Gripen (Saab), e o russo MiG-35 ( United Aircraft Corporation).

Com apenas o Typhoon e o Rafale em consideração após a ‘penosa e transparente’ avaliação técnica e de voo, o comitê de fiscalização técnica ( Technical Oversight Committee – TOC) e o  comitê de avaliação de compensações técnicas (Technical Offsets Evaluation Committee – TOEC) do ministério da defesa estão, agora, trabalhando para entregar seus relatórios em breve.

Deveremos estar prontos para abrir as propostas comerciais do Typhoon e do Rafale em julho”, disse a fonte. Em sequência, levará mais um mês para determinar a oferta mais baixa (lowest bidder – L-1) devido às “enormes verificações matemáticas e de dados” sobre os ciclos de vida para operar os jatos por um período de 40 anos. As negociações comerciais com o ofertante da L-1 começarão então antes que o contrato final esteja pronto para assinatura, em dezembro.

Perguntadas sobre as questões que os ofertantes eliminados estão levantando, as fontes disseram que apenas o Rafale e o Typhoon foram considerados cumpridores de todos os 643-660 atributos técnicos ou ASQRs (air staff qualitative requirements  – requerimentos de qualidade do quadro aéreo)  previstos para atender aos requerimentos operacionais específicos da Força Aéra Indiana.

A fonte disse que “nossos pilotos de teste voaram 222 surtidas e mais de 270 horas nos seis caças, em condições climáticas diversas na Índia e no exterior. Cada ofertante foi informado do desempenho de seus jatos em cada estágio… Eles não têm razão para reclamar”.

Mas e sobre o fundamental radar AESA (varredura eletrônica ativa), que atualmente está operacional apenas nos caças dos EUA? O Ministério da Defesa disse que as ASQRs não “requerem um radar aesa em uso”. Em vez disso, os ofertantes tinham que demonstrar “uma plataforma modelo de radar em voo ou em bancada de testes, o modelo completo funcionando em laboratório e como ele seria integrado” no MMRCA indiano. “Cinco caças, incluindo o Rafale e o Typhoon, atingiram esse requerimento”, disse a fonte.

De maneira geral, o Ministério da Defesa e a Força Aérea Indiana estão confiantes que há “suficientes salvaguardas” inseridas no projeto, que incluem “logística baseada em desempenho” para garantir que a Índia “receba a melhor máquina, peças de reposição e apoio ao produto”.

FONTE: The Times of India (tradução, edição, adaptação e destaques em negrito: Poder Aéreo)

FOTOS: Armée de l´air (Força Aérea Francesa) e Eurofighter

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