Índia pronta para assinar modernização de seus Mirage 2000
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Informação é do jornal The Economic Times / Times of India, que também fala na compra de 450 mísseis MICA
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Fontes do Ministério da Defesa Indiano revelaram ao jornal The Economic Times na quarta-feira, 18 de maio, que o tão esperado acordo com a França para modernização dos 52 caças Mirage 2000 da Força Aérea Indiana está “finalmente pronto”, a um custo de aproximadamente Rs 11,000 crore (2,4 bilhões de dólares, ou 3,8 bilhões de reais).
Segundo uma fonte, o acordo está “indo para aprovação pelo CCS (Cabinet Committee on Security). Outro grande contrato, para compra de aproximadamente 450 mísseis ar-ar MICA para armar os caças Mirage modernizados, e que vinha progredindo simultaneamente, também está nos seus estágios finais agora”.
Ainda segundo as fontes do jornal, o acordo vem após longas negociações com as empresas francesas Dassault Aviation (fabricante da aeronave), Thales (integradora dos sistemas de armas) e MBDA (fornecedora dos mísseis), que “inicialmente estavam pedindo muito mais”.
Pelo contrato, entre quatro e seis aeronaves serão modernizadas na França, as demais sendo retrofitadas localmente pela Hindustan Aeronautics Ltd (HAL), com transferência de tecnologia das empresas francesas. Isso significa que todo o pacote, incluindo os mísseis MICA e a infraestrutura a ser montada na HAL, poderá ultrapassar a marca de Rs 15,000-crore (aproximadamente 3,3 bilhões de dólares ou 5,3 bilhões de reais)
Ainda segundo o jornal, esses valores obviamente levantam questõs se seria mais prudente comprar novos caças ao invés de modernizar antigos a um custo tão alto. A Força Aérea Indiana, porém, argumenta que os Mirage “retrofitados” poderiam se manter como caças de primeira linha por mais duas décadas, equipados com novos aviônicos, radares, computadores de missão, paineis com telas multifunção, miras montadas no capacete, suítes de guerra eletrônica e sistemas de precisão para designação de alvos.
Outros projetos de modernização e aquisição de aeronaves de combate
Com um número de esquadrões reduzido para apenas 32, de uma força autorizada de 39,5 (cada esquadrão é dotado de 16 a 18 jatos), a Força Aérea Indiana está se dedicando a uma mistura de modernizações e de novas compras, para manter sua hegemonia de combate sobre o Paquistão – vantagem que vem sendo erodida rapidamente.
Como exemplos, estão as modernizações de 63 caças MiG-29, em um acordo de 964 milhões de dólares (aproximadamente 1,5 bilhão de reais) assinado com a Rússia em março de 2008, a compra de 272 caças Sukhoi-30MKI contratados junto à Rússia por 12 bilhões de dólares (aprox. 19,3 bilhões de reais), além do primeiro lote de praticamente 120 aeronaves leves de combate Tejas, que deverão se juntar à força a partir de 2013.
A Índia também quer assinar, até dezembro deste ano, o projeto de 10,4 bilhões de dólares (aprox. 16,8 bilhões de reais) para a aquisição de 126 aviões de combate multitarefa de médio porte (MMRCA), em que restaram os concorrentes Rafale (França) e Typhoon (do consórcio europeu Eurofighter), após a eliminação dos EUA, Rússia e Suécia.
E, por fim, a Índia ainda espera incorporar à sua frota, a partir de 2020, entre 250 e 300 caças furtivos e avançados de quinta geração (FGFA), que estão sendo desenvolvidos cooperativamente com a Rússia. Esse programa de defesa é o mais caro de todos, sendo estimado em 35 bilhões de dólares (aprox. 56,5 bilhões de reais).
FONTE: The Economic Times (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
NOTA DO EDITOR: somando os valores dos outros programas de aquisição e modernização citados pelo jornal, que superam os 60 bilhões de dólares, realmente os 2,4 a 3,3 bilhões de dólares a serem gastos nos 52 Mirage 2000 indianos parecem uma “pechincha”.
Por outro lado, o valor certamente contrasta com o da modernização (em que pese o fato o fato de serem programas de fornecedores de países diferentes) de um número sensivelmente superior de caças MiG-29, por quase um bilhão de dólares.
Numa conta simplista, cada Mirage 2000 indiano custaria aproximadamente 46 milhões de dólares para ser modernizado, isso sem somar os investimentos nas instalações da HAL, que modernirá a maior parte das aeronaves e e também sem contar os mísseis MICA – tudo isso somado elevaria esse valor para 63 milhões de dólares a unidade, segundo o jornal (acreditamos que a aquisição do armamento deva ser considerada à parte, mas os investimentos nas instalações não). Realmente a transferência de tecnologia e a aquisição de sistemas modernos de um fabricante original, mesmo para modernizações, custa caro.