EUA ‘profundamente desapontados’ com eliminação de caças na Índia

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Embaixador dos EUA na Índia pronuncia-se sobre o assunto horas após divulgar informe de que vai deixar o cargo

O jornal The Hindu noticiou que, com a Boeing e a Lockheed Martin falhando em entrar na ‘shortlist’ do programa MMRCA – um contrato que líderes e diplomatas norte-americanos disseram que determinaria a direção das relações estratégicas entre os dois países – os EUA expressaram, nesta quinta-feira, um profundo desapontamento quanto a esse resultado.

Autoridades da Índia disseram que o consórcio europeu Eurofighter e a francesa Dassault foram solicitados a estender a validade de suas propostas comerciais – que expiraram em 28 de abril – para 31 de dezembro de 2011.

O Embaixador dos EUA na Índia, Timothy J. Roemer, disse que estava ‘profundamente desapontado’ ao ser informado pelo governo que as duas aeronaves oferecidas pelos Estados Unidos à Índia não foram selecionadas. Em um pronunciamento divulgado horas após o anúncio de sua desisão de deixar o cargo de Embaixador, ele tisse que a Embaixada estava revisando os documentos que recebeu do governo, e que ‘respeita o processo de concorrência’.

Roemer disse que havia pessoalmente garantido nos mais altos níveis do governo da Índia que o processo de seleção do MMRCA ‘tem sido e continuará sendo transparente e justo’, e expressou confiança de que as aeronaves oferecidas pela Boeing e Lockheed Martin iriam ‘prover à Força Aérea Indiana uma plataforma imbatível com tecnologia comprovada a um preço competitivo.’

A Boeing, segundo o jornal, pronunciou-se que requisitaria e receberia um ‘debrief’ (relatório posterior) da Força Aérea Indiana e, após revisar os detalhes, tomará uma decisão considerando as opções possíveis, ‘sempre tendo em mente o impacto para a Força Aérea Indiana’.

O informe da empresa afirmou que ‘nós acreditamos que oferecemos à Força Aérea Indiana o avião multitarefa de melhor valor para a missão definida. Continuaremos a procurar oportunidades para ajudar a Índia a modernizar suas forças armadas e desenvolver sua indústria aeroespacial’.

Nos últimos anos, os EUA venderam com sucesso diversos equipamentos de defesa, via FMS (Foreign Military Sales) em acordos governo a governo. Por parte da Boeing, isso incluiu 12 jatos VIP Business Jets e 8 aviões de patrulha marítima de longo alcance P8I. A  Lockheed Martin forneceu o primeiro de seis transportes táticos C130J e um novo pedido é esperado. A Índia também adquiriu 12 radares, o navio de desembarque doca INS Jalashwa (ex-USS Trenton), e recentemente a HAL/DRDO assinou um acordo de aquisição de 99 motores GE414 para o jato leve de combate ‘Tejas’.

Além disso, o governo está no processo de finalizar o acordo para aquisição de 10 aviões de transporte Boeing C17 Globemaster, assim como 145 obuseiros da BAE Systems para o Exército Indiano. Há também conversas para aquisição de mísseis antitanques Javelin, e outros armamentos – tudo isso, somado, deverá ultrapassar a marca de 15 bilhões de dólares.

FONTE / FOTO: The Hindu (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

NOTA DO EDITOR: clique aqui para ver o informe da Embaixada dos EUA na Índia sobre a decisão de  Timothy J. Roemer de deixar o cargo de Embaixador (texto em inglês). Ele não cita o programa MMRCA, mas faz alusão a algumas das outras aquisições citadas no texto do jornal The Hindu.

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