Seminário debate usos e desafios para operar VANTs
Aviões sem piloto já não são mais somente brinquedos de adulto. “A grande diferença do VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) e do aeromodelo é o emprego. O VANT sempre vai ter uma necessidade operacional”, esclarece a diferença o Engenheiro Flávio Araripe, coordenador do projeto VANT do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Ele participou do painel sobre o tema que ocorreu hoje no III Seminário de Defesa, evento paralelo à LAAD 2011.
De acordo com Flávio Araripe, desde a Primeira Guerra Mundial ocorreram experimentos para tornar os VANTs úteis para o emprego militar, mas na última década a tecnologia permitiu que essas aeronaves tivessem grande expansão em todo o mundo. Hoje, contou o engenheiro, há desde modelos lançados de mão até o Globalhawk, cujas asas são maiores que as do Boeing 747. Não há mais conflito moderno sem a presença desses aviões, sem tripulantes e com grande autonomia.
O engenheiro citou todas as experiências de VANT no Brasil, e lembrou que ainda em 2011 será criado um Esquadrão da Força Aérea Brasileira que deverá operar os VANTs Hermes 450, da empresa israelese IAI. Em paralelo, as Forças Armadas brasileiras, em parceria com a empresa Avibrás, estão desenvolvendo o VANT Falcão, um produto totalmente nacional. “O país que não tiver domínio de tecnologia própria vai ser sempre dependente das grandes potências”, explica Flávio Araripe.
Desafio é o controle do espaço aéreo
O Chefe do Departamento de Operações do Departamento de Controle do Espaço Aëreo (DECEA), Brigadeiro Luiz Claudio Ribeiro, participou do painel e explicou a importância do DECEA para as operações de VANT no Brasil. Segundo ele, o objetivo do DECEA é possibilitar que os VANTs possam voar no espaço aéreo brasileiro sem comprometer a segurança das outras aeronaves.
“Nós buscamos soluções para que esses equipamentos possam operar em segurança”, explicou. De acordo com o Brigadeiro Ribeiro, além de ainda existirem limites de tecnologia, como equipamentos que evitem colisões, ainda há questões que precisam ser definidas, como frquencias exclusivas para os VANT. “Nós precisamos que isso seja regulamentado para que nós tenhamos segurança”, disse.
A questão, no entando, não é exclusiva ao Brasil. Este é um desafio internacional e hoje o DECEA participa de grupos da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) que debatem o tema.
“Não existe evento de grande porte no mundo que o DECEA não faça questão de participar para aprender o que estar acontecendo”, acrescentou.
Outro aspecto relativo à segurança é quanto à pilotagem dos VANT. Alguns modelos têm voo autônomo, enquanto outros são remotamente controlados. Mesmo assim, para o Brigadeiro Ribeiro, estes operadores precisam ser muito bem preparados. “Para mim é muito claro que esse elemento precisa ter grande conhecimento das regras de controle do espaço aéreo”, ponderou.
Por fim, ele lembrou que a atual legislação no Brasil, como em outros países, ainda impede o uso de VANT sobre regiões habitadas e que o espaço aéreo precisa ser segredado. O desafio maior é acabar com essas restrições e que esses equipamentos possam cumprir da melhor forma suas tarefas, com a maior segurança possível.
FONTE: Agência Força Aérea