Gripen enviados à Itália estão ‘no chão’

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Base de Sigonella só possui combustível para aviões da US Navy

A frota de caças Gripen da Suécia enviada para a Sicília como parte na missão de manter a zona de exclusão aérea sobre a Líbia está “groundeada”, pois o combustível disponível na base só serve para os caças da US Navy.

Os oito caças baseados em Sigonella dividem a base com aeronaves da Marinha dos EUA e o único combustível disponível no local é o JP-5.

Os Gripen deveriam participar de sua primeira missão sobre a Líbia nesta quinta-feira, mas a missão foi postergada, assim como os voos de teste.

A base aérea de Sigonella foi planejada para ser uma base de apoio à aviação naval, informou o tenente-coronel Mats Brindsjö, comandante do centro de operações aéreas sueco.

O combustível norte-americano é conhecido como JP-5 e o Gripen normalmente voa com querosene de aviação civil conhecido como Jet A1.

“Certos aditivos e alguns equipamentos são necessários para mudar de JP5 para Jet A1 em condições controladas. Estes equipamentos não existem aqui e no momento estamos procurando um lugar onde podemos comprar o combustível tradicional fora da base.”

“Isto deveria ter sido avaliado assim que nós chegamos, mas não tivemos tempo considerando todos os outros detalhes”, disse Mats Brindsjö esperando que os caças estejam no ar na sexta-feira.

Os caças suecos realizarão voos de teste como parte do processo de familiarização do espaço aéreo antes que as autoridades da OTAN digam que o Gripen está pronto para participar das ações.

A Suécia não é um país membro da OTAN, embora tenha participado de programas patrocinados pela aliança desde 1994 e atualmente contribui com cerca de 500 homens no ‘International Security Assistance Force’ (ISAF) no Afeganistão.

A Suécia também participou de operação no Kosovo.

No entanto, a Força Aérea da Suécia não se envolveu em ações de combate desde a participação daquele país na operação financiada pela ONU no antigo Congo Belga (após a independência se tornaria o Zaire) entre 1961 e 1963.

As operações sobre a Líbia será o primeira missão de combate do JAS Gripen 39, produzido pelo grupo de defesa Saab.

Os vizinhos nórdicos da Suécia, Dinamarca e Noruega, já fazem parte das operações aéreas sobre a Líbia.

FONTE/FOTO: The Local/Ola Nilson FL01

NOTA: Por questões de segurança, os navios transportam somente combustível de aviação da variante JP-5 para as aeronaves embarcadas. Este é menos volátil e possui um ponto de fulgor (a menor temperatura na qual um combustível liberta vapor em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável) muito mais elevado (a diferença gritante fica entre -20º C e 65ºC). O ponto negativo fica por conta da potência menor. Uma pequena contaminação de 10% de JP-5 misturado ao JP-4 reduz o ponto de fulgor deste último em 30ºC.

No Brasil ocorre o mesmo. Os navios da Marinha do Brasil transportam JP-5 para os seus helicópteros e, no caso do NAe São Paulo, para o Skyhawk.

A questão da diferença entre estes dois combustíveis foi mais explorada no texto “Histórias, ‘causos’ e curiosidades dos combates aéreos (3)“, onde os KC-137 da USAF que operavam na Guerra do Golfo não podiam abastecer no ar ao mesmo tempo os aviões da USN e da própria USAF. Eram necessários aviões configurados de forma diferente para cada uma das forças.

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