F-111: um ‘porco’ para poucos
A maioria dos F-111 australianos será sucateada e somente os museus militares receberão a aeronave
Uma aeronave marcante, que nunca disparou um tiro em ação real, mas passou anos alegrando o público com as suas demonstrações aéreas tipo “dump-and-burn”, será exibida apenas nas protegidas bases da RAAF e dentro de museus da própria instituição, devido aos custos e as preocupações relacionadas ao asbesto.
Cinco dos 34 jatos serão preservados como peças de museu nas bases de Amberley, a oeste de Brisbane, Point Cook, em Victoria e em Edinburgh, no sul da Austrália.
Outros três ainda podem ser preservados e dois podem ser doados para museus da USAF nos Estados Unidos. Os demais aviões serão desmontados e vendidos como sucata.
Entende-se que uma das aeronaves foi oferecida para o ‘Australian War Memorial’ em Canberra, mas a oferta foi declinada porque os custos de desmilitarização da aeronave são de mais de um milhão de dólares australianos.
O Departamento de Defesa informou que o encaminhamento de um avião como este para museus públicos ou privados necessita de aprovação do governo dos EUA e a remoção de todo o asbesto.
Quem receber a aeronave terá que arcar com os custos da remediação, desmilitarização e custos de exposição, que podem atingir alguns milhões de dólares, deixando de fora museus como o Sunshine Coast’s Queensland Air Museum, localizado no aeroporto de Caloundra.
O vice-presidente do museu, Ron Cuskelly, disse que o Departamento de Defesa está dificultando as coisas, de forma a impedir que a aeronave seja exposta em museus não militares.
O Queensland Air Museum já possui um bombardeiro Canberra, dois Meteor, um Vampire, um Sabre, um Sea Venom, dois Hunters e um Sea Vixen na sua coloção de aeronaves militares.
“Nós nunca recebemos nada dos militares ou do governo, que prefere vê-los como sucata ao invés de expor as aeronaves para o público ver e tocar”, disse Cuskelly.
Seria uma pena tal aeronave ser transformada em sucata. “Um F-111 seria algo que o público pagaria para ver e nós precisamos de toda a ajuda possível para nos recuperarmos das enchentes e do ciclone.”
O museu escreveu para a Primeira-Ministra Julia Gillard e para a Premiê Anna Bligh para avaliarem a solicitação do museu antes que os F-111 sejam destruídos. A Austrália possui 42 museus de aviação espalhados por todo o país.
FONTE: Curriermail
NOTA DO PODER AÉREO: na RAAF, o apelido do F-111 era porco. Saiba mais a respeito no primeiro link da lista abaixo. E agora, com a questão da necessidade de “limpeza” do asbesto (também conhecido genericamente como amianto), pode-se dizer que mais uma vez o F-111 honra o carinhoso apelido.
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