Família é indiciada por tentar vender motores de F-5 ao Irã
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Segundo informações do inquérito divulgadas por jornal, suspeitos queriam vender os 22 motores e ajudariam a exportá-los de Miami para o Irã, furando o embargo dos EUA ao país
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O jornal Sun Sentinel publicou na quinta-feira, 10 de março, a notícia de que quatro membros de uma mesma família foram acusados de tentar furar o embargo ao Irã. Eles supostamente iriam vender 22 motores a jato de caças F-5 àquele país, segundo autoridades federais dos EUA.
O jornal informa que os quatro iriam vender os motores por 320.000 dólares e ajudar a exportá-los de Miami para o Irã. Diretamente ou indiretamente, a exportação de produtos ou tecnologia ao Irã é ilegal desde os anos 1990, segundo o texto do indiciamento ao qual o jornal, aparentemente, teve acesso.
As investigações começaram em 20 de janeiro, quando um agente da segurança interna dos EUA encontrou um anúncio online para a venda de motores de F-5. O anúncio preocupou autoridades porque o Irã produz o caça Saegeh, baseado na mesma plataforma do F-5. O agente passou-se por um comprador oficial e trocou mensagens com o vendedor, que arranjou para que os motores fossem inspecionados em um depósito de Miami. Em 2 de fevereiro, um informante e outro agente encontraram-se com três integrantes da família no depósito.
Nos dias seguintes, o primeiro agente entrou em contato para dizer que os motores eram destinados a clientes no Irã, que estaria disposto a pagar 320.000 dólares por eles, mas que os clientes estavam céticos se ele conseguiria entregá-los. Em conversas telefônicas e e-mails subsequentes, a família disse que primeiro mandaria os motores ao Panamá, depois ao Irã. Após um agente perguntar se sabiam que esse envio dos motores era ilegal, um dos integrantes da família teria dito que isso não era problema, solicitando para não mencionar mais o nome do país.
Na terça-feira, 8 de março, três integrantes da família se encontraram com os agentes para concluir a negociação, e um deles aceitou um sinal pelos motores, sendo preso.
FONTE: Sun Sentinel (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
NOTA DO PODER AÉREO: a notícia dada pelo jornal tem alguns pontos confusos. Afinal, na prática, os motores não estariam sendo comprados pelo Irã, mas pelo agente que disse aos envolvidos que o Irã era o cliente. Os indiciados, apesar de supostamente não se importarem com a ilegalidade de uma venda ao Irã, efetivamente não os venderam ao país. Mas, tirando o aspecto jurídico (que não vem ao caso), sobram alguns pontos interessantes para discutir. Um é a origem dos 22 motores e como foram parar nas mãos dos envolvidos. Outro é a reflexão sobre como países sob embargo conseguem equipamentos militares. E outro ponto, ainda mais bizarro, é descobrir que se poderia encontrar 22 motores de F-5, disponíveis para venda, procurando em anúncios online. Quem quer fazer compras em Miami?