F-X2: para Marinho, desculpa de Mantega ‘não colou’

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Prefeito rebate declarações de ministro da Fazenda sobre ‘congelamento’ de caças e vê desculpa sob alegações de corte nas despesas

R. Nunes

A notícia de que o Governo Federal adiou a decisão sobre a compra dos 36 caças para a FAB (Força Aérea Brasileira), devido ao corte de R$ 50 bilhões nas despesas da União, não pegou muito bem em São Bernardo. O prefeito Luiz Marinho rebateu as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que justificou o adiamento da compra das aeronaves em decorrência da retenção de gastos.

Segundo Marinho, a justificativa não “colou”, já que a informação obtida pelo próprio chefe do Executivo junto à União dá conta de um extenso prazo para o início do pagamento dos aviões. “Não tem porque chamar a atenção por conta do ajuste orçamentário deste ano. Pelo que eu sei, o primeiro recurso que o país vai pagar dos caças é só em 2016 ou 2018”, disse. “Isso [o adiamento] é um subterfúgio que o ministro está usando. Neste caso o [Nelson] Jobim tem razão, até porque não tem nada a ver. Não tem desprendimento financeiro do Brasil para não fechar o negócio dos caças”, afirmou Marinho, mencionada a alegação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, em relação à manutenção da compra dos caças, mesmo diante dos cortes anunciados.

Na semana passada, Mantega classificou como “improvável” o gasto na compra das aeronaves. Por outro lado, Jobim garantiu que o corte de cerca de R$ 4 bilhões no orçamento da Pasta não impediriam a compras dos 36 aviões e de um submarino nuclear, itens que formam a “lista de compras” do Ministério da Defesa. A previsão de gastos com os 36 aviões é de, pelo menos, R$ 10 bilhões.

Na visão do chefe do Executivo de São Bernardo, a presidente Dilma Rousseff só voltará a tratar do assunto no final do ano, ou a partir de 2012. Ele ainda se colocou à disposição da americana Boeing, uma das três empresas que concorrem no processo de venda de 36 aeronaves à FAB (os suecos e franceses da SAAB e Dassault, respectivamente, completam o trio). “Estou aguardando. Se ela mostrar interesse, vou aceitar. Eles fizeram o pedido e eu disse que estou à disposição para a visita. Resta saber se eles fazem a programação. Pode ser que com essa definição eles deixem mais para frente”, disse.

Desde o início do processo de aquisição dos aviões, Marinho se colocou como um interlocutor do Governo Federal. Entre 2009 e 2010, ele esteve na Suécia e França, onde garantiu investimentos em torno de U$S 50 milhões para São Bernardo por meio de um centro de pesquisas, via investimentos da SAAB.

No caso dos franceses, Marinho garantiu o compromisso da Dassault em realizar investimentos no ABCD caso a gigante da aviação seja vencedora no processo de cessão dos caças junto ao Governo Federal. A Boeing foi a única a se manter um passo atrás de Marinho, mesmo após visitá-lo na Prefeitura de São Bernardo, ainda em 2010.

FONTE: Redebomdia

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