Vem aí o FX-III… da Coreia do Sul
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Segundo o jornal Korea Times, a Lockheed Martin e a Boeing estão batendo de frente no novo programa de caças do país
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Reportagem do jornal Korea Times publicada no último domingo, 6 de março, informa que duas das maiores companhias aeroespaciais e de defesa dos EUA, a Lockheed Martin e a Boeing, já iniciaram uma batalha feroz pelo programa de aquisição de armas que deverá ser o maior da história da Coreia do Sul.
O estopim para o início dessa batalha foi a recente decisão de Seoul de relançar seu programa para aquisição de uma frota de caças avançados, estimado em 10 trilhões de won (aproximadamente 8,96 bilhões de dólares ou 14,74 bilhões de reais).
Sob o código FX, a Coreia do Sul vem tentando viabilizar, desde 1988, um programa de aquisição para substituir aviões de combate antigos por aproximadamente 120 caças de última geração. O programa, porém, sofreu reveses com a crise financeira asiática de 1997 e a crise global de 2008. Como resultado, a Força Aérea da República da Coreia (ROKAF) adquiriu apenas metade dos caças que desejava.
Com o caça russo Sukhoi T-50 já em testes desde 2010, o chinês J-20 fazendo seu primeiro voo, além do Japão estar trabalhando no seu próprio caça furtivo, o ATD-X Shinshin, a paciência de Seoul está se esgotando, para o que contribui o crescimento de ameaças militares da Coreia do Norte.
Segundo autoridades da Força Aérea, os dois candidatos mais viáveis para o projeto FX-III são o F-15 Silent Eagle (SE) da Boeing e o F-35A Lightning II, da Lockheed Martin, pois outros caças estrangeiros ainda precisam provar suas capacidades e oferecem riscos de altos custos de manutenção.
A Boeing coloca o seu F-15 SE como a solução de melhor custo-benfício, devido à comunalidade de mais de 85% em relação ao F-15 Slam Eagle, segundo o presidente da Boeing Aviões Militares, Chris Chadwick. A Coreia do Sul adquiriu 60 caças F-15 da Boeing, que ganhou os programas FX-I em 2002 e FX-II em 2008.
Apesar de visto como um caça “semifurtivo”, aparentemente o F-15 SE está ganhando a batalha frente ao F-35, que é apresentado pela Lockheed Martin como o único caça de quinta geração disponível para exportação.
Segundo o Korea Times, a Lockheed Martin vem sofrendo severas críticas por tentar empurrar, para a Coreia do Sul, o primeiro lote de F-35 por um preço exorbitante. Esse lote seria, segundo os críticos, equipado com capacidades mínimas. Na mídia, chega-se a dizer que seriam “cascas vazias”, equipadas com o software Block 0,5. Mas o Diretor da Lockheed Martin para a Campanha do F-35 na Coreia do Sul, Randy Howard, argumenta que essas especulações não tem qualquer base, e que sua empresa está comprometida em oferecer ao país caças furtivos prontos para o combate, por uma “pechincha” (literalmente, “bargain price”).
Howard diz que “nenhum F-35 sulcoreano será entregue com softwares Block 0,5 ou Block I. Os testes no Block 0,5 já foram concluídos, e a frota de testes vai fazer a transição para o Block II neste ano.” Assim, todos os F-35 seriam entregues com o software Block II ou uma versão ainda mais avançada, na medida em que, a partir de 2016, Seoul planeja substituir seus antigos F-4 e F-5 por caças de novas geração por meio do programa FX-III. Howard acrescenta que “os testes de desenvolvimento do Block III estão agendados para conclusão no início de 2016. Todos os clientes do F-35, incluindo a Coreia, receberão atualizações do “software block” no mesmo cronograma das Forças Armadas dos EUA.”
O software Block II do F-35 incorpora uma capacidade inicial de combate, enquanto que o Block III permitirá a capacidade total planejada para o desenvolvimento. Howard também nega as especulações de que os custos crescentes do desenvolvimento do F-35 farão com que o preço seja duas vezes maior do que o previsto. Nas condições econômicas de 2010, o custo “flyaway” do F-35A é de aproximadamente 65 milhões de dólares, segundo Howard.
Ele ainda afirmou que as entregas do F-35 à Coreia do Sul são previstas para começar em, aproximadamente, três anos após a assinatura de um acordo de aquisição entre os governos dos dois países. E também negou que o Secretário de Defesa Robert Gates esteja colocando pressão sobre a Coreia do Sul para adquirir o F-35, afirmando que a companhia acredita em “competição justa e aberta”. Por fim, Howard destacou ao Korea Times que o voo inaugural do F-35A de produção foi realizado em 25 de fevereiro, em preparação à entrega à USAF (Força Aérea dos EUA) no próximo trimestre. E ressaltou, também, que outros 15 serão entregues à USAF e ao USMC (Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA), dizendo que a Lockheed Martin está aumentando a capacidade de produção para mais de 200 aeronaves por ano.
Mas a Boeing permanece cética em relação à cpacidade da Lockheed Martin de cumprir suas metas de preço, dado que o desenvolvimento do caça já atingiu 382 bilhões de dólares. Anteriormente, esse custo era estimado em 250 bilhões.
O Governo da Coreia do Sul planeja adquirir até 60 caças dentro do programa FX-III, e programou receber as propostas dos concorrentes no início do ano que vem. A intenção é anunciar o vencedor até agosto de 2012.
FONTE: Korea Times (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTOS: Boeing e Lockheed Martin