Mantega diz que país não tem dinheiro para comprar caças

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não tem dinheiro para comprar caças novos para as Forças Armadas neste ano. “Não temos previsões para a aquisição de caças neste ano. Não há recursos disponíveis, portanto, acho bastante improvável que se faça aquisição de caças neste ano. Não há espaço fiscal”, afirmou.

Há uma disputa para a compra dos aviões militares desde o governo Lula. Esperava-se uma definição da presidente Dilma Rousseff.

A declaração foi feita durante entrevista coletiva em Brasília para detalhar os cortes de mais de R$ 50 bilhões no Orçamento do governo.

O governo reajustou a receita líquida e as despesas do Orçamento deste ano. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, houve redução de R$ 18,087 bilhões nas receitas. A maior queda na estimativa de receitas foi a da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), que caiu R$ 6,185 bilhões. “Temos que ser realistas com a projeção de arrecadação”, disse Mantega. Já o corte nas despesas ficou em R$ 50,087 bilhões.

Houve redução de R$ 15,762 bilhões de despesas obrigatórias. Além disso, foi acrescentado um crédito extraordinário de R$ 3,5 bilhões. O corte das despesas discricionárias chegou a R$ 36,2 bilhões, enquanto os vetos a Lei Orçamentária Anual (LOA) somaram R$ 1,623 bilhão. Segundo Mantega, a política econômica segue a mesma linha.

FONTE: UOL

NOTA DO PODER AÉREO: os políticos ficam repetindo a mesma ladainha que Lula usou no início do seu primeiro mandato, quando adiou a compra de caças por causa do Programa Fome Zero.

Todo leitor minimamente informado sabe que mesmo que a decisão de compra de caças fosse tomada em 2011, o desembolso só ocorreria no próximo ano ou ainda depois, até que todas a negociações se completassem. Mais uma vez a desculpa não cola.

Voltando no tempo: se em 2002, ou seja, há nove anos, a aquisição dos doze caças do extinto “F-X1” tivesse sido anunciada, o programa Fome Zero chegaria ao mesmo destino que teve sem a dita compra. Ou não?

Provavelmente, os primeiros pagamentos do “F-X1” ocorreriam entre 2003 e 2004, isso se não houvesse um prazo ainda maior de carência. Talvez só agora estaríamos terminando de pagar a aquisição da “gigantesca” frota de 12 caças do programa (qualquer que fosse o vencedor). Mesmo que não representassem hoje, quase uma década depois, o “supra sumo” da tecnologia aeronáutica, ao menos esses caças já estariam voando por aqui desde 2005 ou 2006, ao invés de caças-tampão totalmente defasados, que ocupam no momento o lugar que era dos antigos Mirage III na ordem de preocupações sobre futuros “buracos” da aviação de caça da FAB.

E, nos últimos anos, as discussões políticas, econômicas e estratégicas a esse respeito poderiam ter se concentrado em temas como a continuidade de encomendas de lotes mais modernos ou, efetivamente, a realização de programas para aquisição de uma geração de caças posterior à do “F-X1”. Ou mesmo posterior à do “F-X2”.

Fica a pergunta: o que o Brasil estará discutindo sobre esse assunto daqui a outros nove anos?

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