Toda a frota de Tornados da RAF poderá ser desativada em três anos

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Aeronave ganhou “queda de braço” contra o Harrier GR7/GR9 para não ser cortada. Mas novos cortes não deverão poupá-la.

O Ministério da Defesa do Reino Unido está se esforçando para encontrar onde cortar despesas de 1 bilhão de libras (aproximadamente 1,62 bilhões de dólares ou 2,71 bilhões de reais) antes que acabe o atual ano fiscal, em 31 de março. O que piora as coisas é que as opções apresentadas para corte representarão, politicamente, difíceis alternativas que podem fazer o país cair do estatus militar Tier 1 para Tier 2.

Tudo porque o Ministério da Defesa subestimou o custo de compromissos feitos quando da Revisão Estratégica de Defesa e Segurança do Reino Unido, em outubro do ano passado. Os cortes foram baseados em reduções de 4% do orçamento, mas pouco antes da revisão ser finalizada, as autoridades de defesa entenderam que o que o Tesouro queria era cortes de  8 a 10%.

As opções para conseguir cortar mais  incluem a retirada de 20.000 tropas do Exército a partir de 2015 (deixando o Exército Britânico com seu menor efetivo desde 1820, após as Guerras Napoleônicas) e a desativação de mais navios da Marinha Real, já considerada com efetivos abaixo do necessário.

Mas, segundo informe da Forecast International, com informações do jornal inglês The Guardian, a opção que está sendo analisada com mais cuidado refere-se à frota de aviões de ataque Tornado, da RAF (Real Força Aérea). As oito aeronaves do tipo operando no Afeganistão poderão ser retiradas imediatamente do teatro de operações.

Isso seria seguido pela desativação de toda a frota em três anos, um prazo mais curto do que o planejado anteriormente. No planejamento anterior, ainda haveria pelo menos 18 Tornados em serviço por volta de 2015, com as baixas do serviço sendo realizadas de forma gradual, e não “às pressas”. O número impressiona: são aproximadamente 100 Tornados para desativar, e que formam a espinha dorsal da aviação ofensiva da RAF.

Vale lembrar que, com a divugação da Revisão Estratégica de Defesa e Segurança do Reino Unido, no ano passado, o Tornado emergiu como um grande vencedor frente ao Harrier GR7/GR9. O Tornado permaneceu em uso, substituindo o Harrier no Afeganistão e a frota de seu “rival” deixou definitivamente o serviço no país, no início deste ano.

A alternativa do Ministério da Defesa, para a eliminação da frota do Tornado é acelerar a entrada do Typhoon em serviço. Isso pode ser facilitado pela não conclusão da venda de 24 Typhoons Tranche 1 Block 5, dos estoques da RAF, para Oman, segundo a Forecast International. O The Guardian acrescenta que o Ministério da Defesa não conta mais com essa venda, estimada em 600 milhões de libras (aproximadamente 970 milhões de dólares ou 1,630 bilhão de reais).

Segundo uma fonte do Whitehall, isso é “uma completa bagunça. O governo quer que os militares atuem num cenário global, mas o Ministério da Defesa está ficando sem verbas para cumprir seus compromissos”.

O problema maior pode estar, porém, no pós 2015. Com a escolha consciente de permitir lacunas nas capacidades em médio prazo (desativando navios-aeródromo e, agora, jatos de combate), caso as coisas não melhorem depois de 2015, as lacunas temporárias podem se tornar permanentes. 

A RAF possui, atualmente, 71 caças Typhoon, dos “tranches” 1 e 2, sendo que os 48 do tranche 1 (limitados ao combate ar-ar) já poderão ser considerados obsoletos por volta de 2015. A RAF encomendou outros 40 Typhoons do tranche 3, mais modernos, em 2009. As entregas ainda estão sendo aguardadas, planejando-se que, a partir de 2020, a força de ataque da RAF seja baseada em aeronaves Typhoon e F-35 Joint Strike Fighter.

FONTES: The Guardian    e Forecast International (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: RAF

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