Com atrasos do F-35, foco muda para a extensão da vida útil do F-16
Na medida em que as preocupações crescem de que a USAF (Força Aérea dos EUA) está perdendo sua vantagem em poder aéreo frente a seus rivais em potencial, as suas lideranças decidiram que centenas de seus F-16 mais velhos podem permanecer em serviço por mais uns 10 anos, com investimentos mínimos.
Segundo o Secretário da Força Aérea, Michael Donley, “no que se refere aos lotes (blocks) iniciais, nossas conclusões são de que há análises de engenharia embasando a extensão da vida útil de 8.000 horas para mais de 10.000 horas, apenas aprimorando procedimentos de manutenção. Talvez apenas alguns pequenos ajustes precisarão ser feitos, célula por célula.” Donley estava no Simpósio de Guerra Aérea de Orlando (Flórida) no último dia 18 de fevereiro, e acrescentou que a vida útil poderia ser estendida para aproximadamente 10.800 horas de voo.
Segundo reportagem da Flightglobal, as aeronaves da USAF normalmente consomem 300 horas de voo por ano, cada uma, em tempos de paz. Acrescentando mais 2.800 horas de voo na célula potencialmente estende o tempo de serviço em nove anos ou mais.
Essa necessidade de manter mais de 1.2000 F-16 da frota da USAF longe da aposentadoria advém dos recentes atrasos no desenvolvimento do F-35 Lightning II da Lockheed. O novo caça está agora programado para entrar em serviço no ano fiscal de 2016. Mas não se deve esquecer que a USAF quer minimizar seus gastos em caças antigos para, ao mesmo tempo, maximizá-los com seus substitutos. Segundo Donley, “o objetivo estratégico é ter o F-35 em produção tão rápido quanto possível.”
A princípio, essa extensão será aplicada aos F-16 Block 30, mas a USAF está também conduzindo testes estáticos de longa duração para determinar os requerimentos para estender a vida útil dos F-16 Block 40/50. Mas a decisão de lançar um programa do tipo ainda deverá esperar o ano fiscal de 2015.
Não apenas as células receberão atenção, mas estão sendo consideradas atualizações na aviônica. Entre as opções, está a substituição do radar atual por um do tipo AESA (active electronically scanned array – varredura eletrônica ativa), podendo ser fornecido pela Northrop Grumman ou pela Raytheon.
Segundo o General Gary North, chefe das Forças Aéreas do Pacífico, “nós não seremos mais capazes de vencer os outros nos números, nunca mais. Nossa Força Aérea é muito custosa. Temos que garantir que o que temos vai funcionar todo o tempo.”
FONTE: Flightglobal (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)
FOTOS: USAF (Força Aérea dos EUA)
NOTA DO PODER AÉREO: já por estas bandas, onde os atrasos são com o F-X2, quem sonha (ou tem pesadelos, dependendo do caso) com F-16 usados e em boas condições para um novo caça tampão, vai ter que procurar em outros fornecedores pelo mundo. A USAF pelo jeito planeja usar os que tem na ativa até o osso. E os desativados, no deserto, já estão virando alvos aéreos (veja o último link da lista abaixo).
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