Aeronáutica diz que cortes afetam projeto de avião da Embraer

31

Comandante da Aeronáutica disse à Folha de São Paulo que serão afetados os programas de desenvolvimento do KC-390, de produção do EC-725 e de modernização do A-1

O corte de R$ 4 bilhões no Orçamento deste ano do Ministério da Defesa vai afetar o programa de desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390, principal projeto da Embraer na área, disse hoje o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.

Dos R$ 4 bi contingenciados na Defesa (26,5% do orçamento total), a Aeronáutica deve responder por cerca de R$ 1,2 bi. O Orçamento inicial previsto para a área em 2011 era de R$ 4,6 bi (custeio e investimento).

De acordo com Saito, outros programas da FAB serão atingidos pela contenção de gastos, como a parceria com a França na produção dos helicópteros EC-725 e a modernização dos caças AMX, que também é feita pela Embraer.

“Com certeza sofrerão corte [os programas]. Porém a minha esperança é que no decorrer do ano o governo recomponha ou restabeleça este orçamento aos poucos”, disse Saito, durante visita a São José dos Campos (a 91 km de São Paulo).

Para o comandante da Aeronáutica, é preciso um esforço para evitar que o corte de gastos atrase o cronograma de desenvolvimento do KC-390. Só neste ano, a previsão da FAB era de liberar cerca de R$ 230 milhões para o programa.

“Isso [atraso no projeto] é uma coisa que a gente não quer. Tudo isso tem um ‘time’, e se perder esse ‘time’ poderemos ter outros concorrentes na jogada. Vamos fazer de tudo para seguir o cronograma”, disse.

O desenvolvimento do jato KC-390 é bancado pelo governo brasileiro. Em abril de 2009, durante o governo Lula, foi liberado US$ 1,3 bi para o programa. A FAB deve comprar pelo menos 28 unidades do cargueiro, que também será usado no reabastecimento de aeronaves em voo.

Atualmente, a Embraer e a FAB buscam parceiros para a produção do KC-390. Até o momento, Argentina, Chile, Colômbia, República Tcheca e Portugal já assinaram acordo para participar do programa.

FONTE: Folha de São Paulo

wpDiscuz