A confusão dos caças
Basicamente, alegam que estes gastos, neste momento de contenção de despesas, são desaconselháveis. Mesmo com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ressaltar que, mesmo que a compra dos caças seja anunciada ainda este ano, a assinatura dos contratos com a empresa vencedora (Dassault, francesa, Saab, sueca ou Boeing, norte-americana) levará pelo menos mais um ano para entrar em vigor.
Ou seja, a compra pode ser decidida este ano e o desembolso ocorrer no ano que vem. Além do mais, espera-se que o Brasil compre as aeronaves a crédito: com financiamento do país que vencer a disputa.
Porém, a resistência tem outras razões. Enquanto a situação dos aeroportos brasileiros é caótica e perigosa, o ministro insiste em debater – como prioridade – a compra dos caças. Alguns chegam a dizer que Jobim não tem o menor interesse em tratar dos assuntos da aviação civil na medida em que será criada uma pasta específica para tratar do tema.
Além dos adversários no ministério, o ministério da Defesa tem que enfrentar a resistência da FAB que não aceita os caças franceses. Entre as três opções, o preferido é a F-18. Mas, como se sabe que a transferência de tecnologia não é o forte dos americanos, acreditam que os caças suecos são a melhor opção para o Brasil. Além de ser a opção mais barata.
Um ministro declarou à Agência Estado que “depois de um corte de R$ 50 bilhões vai dar pra fazer alguma coisa?”, disse um ministro, acrescentando que, todos poderiam estar certos que, este ano, com certeza, “não sai nada” em relação à compra dos caças.
Prosseguindo, a agência informa que a presidente Dilma Rousseff já avisou a quem a procura para falar sobre o assunto que não tem pressa para discutir esta questão. O assunto está adiado, sem uma data determinada porque esta não é prioridade da presidente, neste momento.
Caça vai ser escolhido este ano apesar dos cortes (notícia de 15/2/2011, da mesma fonte)
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anunciaram um corte nas despesas da Defesa de até R$4,6 bilhões de reais. Cerca de 36% dos gastos não obrigatórios da pasta. Segundo Jobim, “vão sobrar R$ 6,9 bilhões para gastos não obrigatórios [do Ministério da Defesa] neste ano, que serão utilizados com manutenção e projetos”.
A decisão dos cortes não deve afetar a escolha dos novos caças da FAB já que seriam pagos a partir de 2011. Mesmo assim, o fato de o avião francês ser muito mais caro que os demais pesa contra a sua escolha. Estão na disputa o Rafale, produzido pela francesa Dassault; o sueco Gripen NG, cuja fabricante é a Saab e é o preferido pela FAB; e o FA-18 Hornet, da Boeing.
FONTE: Brasília em Tempo Real