Jobim nega desprestígio com Dilma e diz que vai negociar caças

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Ministro disse que terá reunião com presidente amanhã sobre compra de caças

O ministro Nelson Jobim (Defesa) negou estar desprestigiado no governo Dilma Rousseff e afirmou nesta segunda-feira que vai participar da compra dos novos caças da FAB (Força Aérea Brasileira).

Ele negou também que o governo brasileiro tenha suspendido a negociação, o que chamou de “invenção” da imprensa.

Segundo a Folha informou no último dia 20, a presidente Dilma decidiu adiar a decisão da compra dos novos caças para o final do ano por causa do aperto fiscal. O governo anunciou corte no Orçamento deste ano de R$ 50 bilhões.

Dilma, também, optou por consultar outras pessoas sobre a negociação, entregando documentos referentes à compra ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), seu amigo.

Sobre um suposto mal-estar com Dilma, Jobim disse que essas informação são plantadas por “lobistas” e negou ter mandado recado para a presidente.

“Minha relação com ela está ótima. Se estivesse desprestigiado não estaria aqui [em viagem oficial a Buenos Aires]. Não mando recado, no Rio Grande não é assim.”

O ministro disse que vai se reunir com a presidente, amanhã em Brasília, para tratar de vários assuntos, como a compra dos novos caças da FAB.

Ele também afirmou que desconhece a participação de Fernando Pimentel na negociação, como pediu Dilma. “Perguntei ao Pimentel e ele disse que não foi escolhido e que não recebeu nada.”

Ministro da Defesa de Lula, Jobim continuou no cargo no governo Dilma. Ele está em Buenos Aires para a assinatura de acordos bilaterais com seu equivalente argentino.

ATUALIZAÇÃO – trechos de matéria da BBC Brasil reproduzida no site da Agência Brasil (clique no link para ver texto completo) no final da tarde desta segunda-feira:

Segundo o ministro, seria a empresa norte-americana que estaria informando sobre a possível preferência da presidenta. “Isso é a Boeing que está dizendo. Por interesses óbvios”, afirmou.

O ministro voltou a afirmar que a decisão do Brasil sobre a compra dos aviões está ligada à transferência de tecnologia. “E [essa condição] dificulta em relação à Boeing, por causa da legislação americana [que restringe a transferência de tecnologia bélica]”, disse.

Jobim afirmou que a mesma regra valerá para a compra de equipamentos para a Marinha. “Tudo se vincula à disposição do país de transferir tecnologia. A regra básica é a capacitação nacional e a transferência de tecnologia. Não compramos equipamentos. Nós adquirimos pacotes tecnológicos que vêm com equipamentos”, assegurou.

Na visita a Buenos Aires, o ministro se reuniu com o colega argentino, Arturo Puricelli, e com o ministro do Planejamento, Julio de Vido, com quem discutiu a possibilidade de maior frequência de vôos entre o Brasil e a Argentina.

Com Puricelli, afirmou Jobim, foram revisados projetos em andamento como a fabricação conjunta de um veículo militar.

FONTES e FOTO: ANJF e Agência Brasil 

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