Marinho visita a Thales após voo no Rafale

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A francesa Dassault, fabricante dos caças Rafale, intensifica o lobby para a venda de seus aviões ao Brasil. Depois de bancar as despesas de um grupo de parlamentares brasileiros à França, a Dassult se aproxima agora de um amigo do ex-presidente Lula, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT). Marinho está na França para uma série de visitas ligadas aos caças franceses. Ele viaja à convite da Dassault, que custeia parte das despesas do prefeito.

O caça francês é um dos concorrentes na licitação do governo brasileiro para a renovação de 36 aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Também concorrem o Gripen, fabricado pela sueca Saab, e o F18, da norte-americana Boeing. Segundo Luiz Marinho, o objetivo da visita é avaliar os investimentos que a Dassault poderia fazer no Brasil caso vença a licitação.

O prefeito de São Bernardo tem sido cobiçado pelos três concorrentes da licitação. Ele já esteve em março de 2010 na Suécia, visitando a linha de produção do Gripen. Segundo ele, os suecos prometeram, vencendo ou não a concorrência, construir um centro de tecnologia em São Bernardo no valor de 50 milhões de dólares.

Em entrevista à Rádio França Internacional, Luiz Marinho disse que o interesse dos contrutores se justifica por uma série de fatores: ele foi ministro de duas pastas do governo Lula e tem boas relações com o ex-presidente e com Dilma Rousseff. Além disso, a Saab e a Dassault já estão presentes em São Bernardo, o que poderia facilitar futuros investimentos.

Nesta quinta-feira, Marinho fez um voo experimental num caça Rafale, em Bordeaux, e também visitou a fábrica da Thales, que produz componentes para o avião. No final da tarde, ele é recebido pelo ministro francês da Defesa, Alain Juppé, que também é prefeito de Bordeaux. Amanhã, Marinho visita duas unidades de produção da Dassault na cidade. A região sudoeste é um polo da indústria aeronáutica francesa.

Decisão adiada

A concorrência para a renovação de parte da frota da FAB, cujo processo foi iniciado ainda sob o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, parece ter emperrado novamente, depois que o governo Lula decidiu adiar a decisão. O ex-presidente, que chegou a expressar pubicamente a preferência pelo Rafale, anunciou no final do ano passado que iria deixar a decisão sobre a compra dos caças para a presidente Dilma Rousseff, jogando uma ducha de água fria nas ambições da França.

Os franceses têm a preferência do ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, mas um relatório da FAB aponta os suecos Grippen como a melhor opção.

FONTE: RFI

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