Assim como foi o caso da revista da Força Aérea do Chile (veja matéria anterior), o número mais recente da revista da Força Aérea Francesa, a Air Actualités de dezembro 2010 / janeiro 2011, traz uma matéria de capa sobre a participação do destacamento francês na Cruzex V, realizada no final do ano passado em Natal.

Selecionamos e traduzimos alguns trechos, para a apreciação dos nossos leitores, ilustradas pelas fotos da cobertura realizada pelo Poder Aéreo:

Em meio a estas dezenas de formações de aeronaves, a coordenação é essencial. O fluxo de aviões é concentrado em diversos níveis de altitude, divisão denomidada ‘deconfliction’ (literalmente evitar conflitos).”Cada patrulha deve manter a área que está sendo atribuída a ela”, disse o tenente-coronel Sebastian Michel, comandante do esquadrão de caça Rafale 1 / 91 ‘Gascogne’. “Isso evita colisões em vôo, especialmente dentro do COMAO com aeronaves muito diferentes, como caças de quarta geração Rafale, passando por equipamentos modernos (F16) ou mais velhos, como o Dragonfly ou Super Tucano.”

As equipagens de Rafale assumiram repetidamente o papel de Comandantes de Missão, chefes e coordenadores de todas as aeronaves aliadas. ““Isso é representativo de um grande trabalho de preparação”, comentou o tenente-coronel Michel. “O Comandante da Missão atribuía a cada uma os objetivos a cumprir, tanto para defesa aérea quanto para ataque ao solo.”

“Estávamos todos alocados num mesmo prédio, o que facilita enormente os contatos”, explica o tenente-coronel Vincent Cost, comandante do esquadrão de caça 1 / 2 ‘Cicognes’.”Pudemos facilmente confrontar nossos pontos de vista, o que fizemos naturalmente, especialmente com os nossos homólogos brasileiros.” Desde 2006, a Força Aérea Brasileira está equipada com o Mirage 2000.

“O JFACC (Joint Force Air Component Command) internacional foi composto por uma centena de especialistas”, disse o coronel Xavier Béguin, chefe dos franceses inseridos. Suas estruturas foram modeladas nas normas vigentes no âmbito da NATO. “No domínio das estruturas C2, os franceses puderam compartilhar seus conhecimentos. “Não impusemos a nossa maneira de fazer as coisas”, disse o coronel Béguin. “Nos adaptamos à organização criada pelos brasileiros. Estes têm demonstrado uma grande vontade de progredir num campo onde os ocidentais são avançados.”

A quase totalidade das missões planejadas para os aviões franceses foram honradas. Disponibilidade de aeronaves tem sido excelente.

“É a primeira vez que o Rafale cruzou o equador!”, exclama o general Dominique Le Longvilliers, chefe do destacamento francês. Durante a Cruzex V, o Rafale participou de seu primeiro exercício no Brasil.

A Cruzex permitiu que o Rafale demonstrasse a extensão de suas capacidades. Com100% de missões cumpridas, reabastecimentos efetuados, objetivos em terra alcançados e nenhuma aeronave perdida, o seu recorde é impressionante. A polivalência e o desempenho do caça ‘omnirôle’ conquistou a admiração de todos. “Me dei conta disso enquanto estava voando no assento traseiro de um de nossos F16”, disse Ro general MacNamara, chefe do destacamento chileno. “Fomos abatidos durante um combate aéreo simulado, que é o destaque de nossa aeronave. Foi impressionante “.

Longe do brilho dos refletores, os pilotos de Mirage 2000-5 também demonstraram sua experiência em matéria de defesa aérea. “Realizamos exclusivamente missões de escolta e de varredura, explica o tenente-coronel Vincent Coste, comandante do 1 / 2 ‘Cicognes’. “Lutamos contra aeronaves inimigas, a fim de limpar terreno para permitir que os fizessem seus ataques (ataques em profundidade, tiro ar-solo…”. Mirage ou Rafale: a missão foi bem-sucedida para as equipagens francesas.

FONTE: Armée de l´air (Força Aérea Francesa) – Air Actualités 637

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