O trem de pouso do Gripen NG Demo, comparado ao de outras versões
Infelizmente, este editor não encontrou no banco de imagens da Saab uma foto em que o Gripen NG Demo fosse mostrado totalmente de barriga para a câmera. Porém, foram encontradas fotos interessantes, pelas quais pode-se ver claramente o reposicionamento do trem de pouso, em relação a versões anteriores.
Na foto de decolagem do alto desta matéria e no detalhe da mesma foto logo abaixo (clique nas imagens para ampliar), pode-se perceber a carenagem instalada na raiz das asas do NG (aeronave mais próxima da câmera). Comparand0-se com o modelo anterior, mais afastado, percebe-se que o trem de pouso não pivota mais na fuselagem nem recolhe mais para dentro dela. Ele pivota na raiz das asas, sendo recolhido para as novas carenagens.
No recorte mais aproximado acima, também pode-se perceber claramente o formato da carenagem adicionada à raiz das asas: basta passar os olhos da esquerda para a direita pelas duas aeronaves, na área da foto entre o início do bordo de ataque das asas, junto à fuselagem, e o pilone interno sob cada asa. Percebe-se que, no Gripen NG Demo, essa área ficou mais “gordinha” em relação a seu irmão mais velho. Ou seja, ganhou uma carenagem sob cada asa capaz de abrigar o trem de pouso, liberando para mais combustível o espaço anteriormente ocupado pelo trem de pouso das versões anteriores.
Vale lembrar que essa solução (a carenagem), apesar de gerar algum arrasto extra, não implica em mudar o berço do trem de pouso principal para dentro da própria asa, o que prejudicaria a capacidade desta em armazenar combustível. Seria trocar “seis por meia dúzia”, o que não é o caso.
Nas duas fotos abaixo (completa e recorte aproximado), percebe-se com mais clareza a carenagem e o trem de pouso abaixado, com o Gripen NG Demo em voo.
Na primeira das três imagens abaixo, o Gripen NG Demo aparece em uma posição que privilegia seu ventre, apesar dos tanques externos sob as asas prejudicarem um pouco a visão da carenagem. Tanto a foto completa quanto a recortada e aproximada, logo abaixo dela, podem ser comparadas com a terceira imagem, que mostra uma aeronave da versão A (com o trem de pouso original) mostrando a barriga.
Pode-se perceber claramente o mesmo efeito “gordinho” causado pela nova carenagem junto à raiz das asas do Demo, comparado à barriga mais “magra” da versão A. Observando-se esse modelo A, deve-se tomar cuidado apenas para não se deixar confundir com a sombra do tanque externo desse modelo A projetada sobre a fuselagem. Também dá para se perceber a diferença nos formatos das portas do trem de pouso das duas versões, tanto devido ao posicionamento diferente das baias quanto das mudanças na articulação do trem, na hora de recolher.
Por fim, vale a pena também rever as imagens abaixo, originariamente publicadas no Poder Aéreo na matéria “Comparando o Gripen C com o NG“. Polêmicas da ocasião à parte (como discussões intermináveis sobre coisas que existem ou não existem), vale a pena garimpar nos comentários da citada matéria várias questões interessantes, independentemente da preferência ou “torcida” de cada um em relação ao também interminável programa F-X2.
Sobre as imagens abaixo, fica bem claro o novo posicionamento do trem de pouso principal, o volume das novas carenagens, entre outras diferenças (como o novo formato das tomadas de ar), lembrando-se de dar o “desconto” na ligeira diferença no ângulo das fotos e pelo fato de se ver, de frente, um modelo biposto comparado a um monoposto, com diferenças no comprimento da fuselagem frontal e no formato do cockpit, o que torna o biposto um pouco mais “bicudo” quando visto deste ângulo.
FOTOS: copyright Saab AB, via Gripen International