Roberto Maltchik

Aguardada há nove anos pela Força Aérea Brasileira (FAB), a compra pelo Brasil de nova frota de caças vai ocorrer ainda no governo Lula, e a escolha deverá recair mesmo sobre o Rafale, a aeronave de ataque francesa cujo favoritismo na disputa internacional foi cristalizado em setembro de 2009. A decisão política já foi tomada, mas, antes do anúncio, o presidente Lula vai cumprir duas etapas: fará um relato detalhado do histórico do processo à sucessora, Dilma Rousseff, e terá uma conversa definitiva com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, sobre a extensão da transferência de tecnologia, aspecto central na negociação com os franceses.

O programa FX2, versão atualizada do plano elaborado ainda no governo Fernando Henrique para a renovação da frota militar, prevê a aquisição de 36 aeronaves, com um custo estimado em US$ 7 bilhões. Além do caça fabricado pela francesa Dassault, estão na disputa o sueco Gripen NG, da Saab, e o americano F-18 Super Hornet, da Boeing.

Na Aeronáutica, o principal temor era de que Lula deixasse para Dilma a tarefa de bater o martelo. Segundo oficial graduado da FAB, independentemente de qual seja a escolha, é fundamental que ocorra ainda este ano para evitar novo atraso no processo, iniciado em 2001.

Um claro sinal da afinidade evidente entre Brasil e França está sendo dado nesta terça-feira, com o início da participação de quatro caças Rafale no maior exercício aéreo de guerra da América do Sul, a operação Cruzeiro do Sul, no Rio Grande do Norte.

FONTE: O Globo

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