CRUZEX V: entrevista com o comandante do COMGAR
A seguir, reproduzimos a entrevista que o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, comandante do COMGAR forneceu à revista oficial da Força Aérea Brasileira – ‘Aerovisão’. Recomendamos a leitura da mesma, não só pela riqueza das informações, mas também pela visão geopolítica da exercício.
Mais de 4 mil horas de voo, sendo 3.350 horas somente em aeronaves de caça, Comandante do Esquadrão Pampa (1º/14º Grupo de Aviação), Chefe da Seção de Operações do Comando de Defesa Aérea (COMDA), Chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), Comandante da Terceira For-ça Aérea (III FAE), Comandante do Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR), Vice-Chefe do Estado Maior da Aeronáutica, Secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa, e muitos outros cargos, missões e tarefas realizadas ao longo de mais de 40 anos de carreira. O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, hoje à frente do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) é mais que um participante da CRUZEX. Ele foi um idealizador do exercício e, na entrevista a seguir, conta como transformou um exercício em um marco para a Força Aérea Brasileira. Também adianta qual será o futuro da CRUZEX.
AEROVISÃO – Em sua quinta edição, a CRUZEX já é considerado o maior exercício do tipo na América Latina. Para o Brasil, qual a importância de organizar e sediar um exercício desse porte?
Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier – Não resta a menor dúvida que, por ser o país de maior dimensão da América do Sul e a maior potência emergente da América Latina, o Brasil tinha que demonstrar, com suas Forças Armadas, particular-mente com sua Força Aérea, que era ca-paz de realizar um exercício compatível com o que ele representa. Na verdade, esta atividade começou com outros dois países irmãos, o Chile e a Argentina, fruto de conhecimento que adquirimos na mesma época na França. Esta parceria formalizou a idéia de que o Brasil planejaria e sediaria o primeiro exercício do tipo OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] na América do Sul. Possuíamos excelentes condições tanto nos meios aéreos quanto no controle do espaço aéreo. Foi por isso também que realizamos um maior número de exercí-cios nesses últimos oito anos.
AEROVISÃO – A Força Aérea Brasileira continuará a participar dos exercícios organizados por estes países?
Tenente-Brigadeiro Burnier – A Força Aérea Argentina e a Força Aérea Chilena tiveram o mesmo interesse que a Força Aérea Brasileira de serem capazes de implementar exercícios desse porte. Eles planejaram e se capacitaram, e hoje realizam exercícios de nível OTAN de primeiríssima qualidade, e nós como Força Aérea irmã, não deixamos, e não deixaremos, de participar de nenhum, haja vista o nível de conhecimento e profssionalismo operacional que eles atingiram, semelhante ao desenvolvido nas CRUZEX no Brasil.
AEROVISÃO – Quais as diferenças entre as operações com países vizinhos, como PERBRA, VENBRA e COLBRA, com a CRUZEX?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Os exercícios bilaterais de defesa aérea que nós fazemos com os países vizinhos não têm relação com a CRUZEX. São exercícios totalmente distintos da CRUZEX, onde o foco recai sobre o policiamento do espaço aéreo, a fim de garantir a soberania do espaço aéreo brasileiro e do país vizinho irmão. O inimigo comum nestes exercícios são os ilícitos transna-cionais, mormente os narcotraficantes e os contrabandistas. Por outro lado, a CRUZEX exercita uma força de coalizão envolvendo vários países, em cenários que simulam confitos bélicos ou beligerâncias, em um Teatro de Operações, sob ordens da ONU [Organização das Nações Unidas].
AEROVISÃO – Uma novidade da CRUZEX V é a participação da Força Aérea dos Estados Unidos. Isso signifca que o Brasil poderá participar de outras operações do nível OTAN?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Sem sombra de dúvida. Comandando, participando ou cooperando com outros países em uma força de coalizão. Graças aos exercícios CRUZEX nós nos capa-citamos para esta atividade. A bem da verdade, a FAB já participou em missões desse tipo na última década, operando a partir do Congo em uma coalizão instituída pela ONU no continente africano, sob comando dos franceses. A vinda da Força Aérea Americana para o exercício é uma prova de mudança de postura em relação ao profssionalismo que eles observaram na última CRUZEX, em 2008, quando desempenharam o papel de observadores.
AEROVISÃO – A CRUZEX é montada nos mesmos parâmetros da Operação Red Flag, realizada nos Estados Unidos?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Não. Existe uma diferença muito grande entre a Red Flag e a CRUZEX. A Red Flag é montada para o adestramento de unidades aéreas, para os esquadrões de voo. É feito para piloto se adestrar. A CRUZEX é montada para se exercitar o ciclo de planejamento e comando de uma operação. O exercício visa o adestramento da estrutura C2 [Comando e Controle] que comanda a campanha aérea. É claro que de alguma forma você também exercita os tripulantes. Estamos estudando, inclusive a ideia de se realizar o exercício como os americanos realizam, em duas fases: hoje a Red Flag é voltada para os pilotos e a Blue Flag é para o C2, não tem avião. Todas as missões aéreas são virtuais e servem apenas para gerar os eventos necessários para o andamento do exercício. Na FAB nós já praticamos isso em exercícios singulares de menor porte, pois já adquirimos e possuímos conhecimento e meios computacionais para os voos virtuais.
AEROVISÃO – Como se dá a integração com as demais Forças Aéreas? Quais os principais apren-dizados que o senhor identifca?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Não existe nenhum exercício em que você não extraia ensinamento. É claro que com Forças Aéreas mais experientes a quantidade de informações e ensinamentos é muito maior. Mas todas elas, da maior à menor, garantem ensinamentos úteis à arte da guerra. Nesta CRUZEX, será a primeira vez que faremos um exercício com dois países do primeiro mundo, simultaneamente, e que são muito expe-rientes em operações na forma de coalizão de forças. A França e os Estados Unidos são países que participaram e estão participando de operações aéreas de guerra e que, consequentemente, vão nos repassar muitas experiências e conhecimentos não só para a FAB, mas para todas as Forças Aéreas participantes da CRUZEX.
AEROVISÃO – Esta integração, então, é o grande objetivo da CRUZEX?
Tenente-Brigadeiro Burnier – O grande “gol” que nós temos em um exercício dessa magnitude é a aproximação e a integração entre as Forças Aéreas no dia-a-dia e no intercâmbio de ideias, além do importante conhecimento pessoal dos militares de outros países. Esses tenentes de hoje que estarão voando juntos na ala um do outro, daqui a trinta anos estarão realizando o exercício CRUZEX como coronéis ou brigadeiros de suas Forças Aéreas e se lembrando daquilo que eles vivenciaram no início de suas carreiras. Hoje, depois de quatro CRUZEX (Brasil), duas SALITRE (Chile) e uma CEIBO (Argentina), nós possuímos inúmeros militares, de vários postos e graduações, que se conhecem pessoalmente, e que, em muitos casos, mantém um estreito relacionamento de amizade que perdurará até o final das suas carreiras.
AEROVISÃO – Além da aviação de caça, a CRUZEX conta com vá-rias unidades da FAB envolvidas na operação. Qual a ideia dessa inserção de meios e quais os planos para a CRUZEX V?
Tenente-Brigadeiro Burnier – A operação foi evoluindo a cada realização, nós fomos, aos poucos, inserindo outras aviações, outros equipamentos e outros cenários no exercício. Além de modificações de pequeno porte, incluímos as missões de Combate-SAR, missões de reconhecimento eletrônico, missões de transporte de tropa e de resgate de não combatentes e, também, a participação de Comandos Colaterais das demais Forças Singulares Brasileiras. Uma Força Naval Componente e uma Força Terrestre Componente foram incluídas no exercício, a fim de gerar os eventos necessários para um planejamento conjunto, agregando as ações de apoio às Forças de Superfície para a Força Aérea Componente. Neste ano incluiremos algumas outras novidades. A coalizão, que sempre operou a partir de uma mesma localidade, vai operar em mais de uma base aérea. Isso gera um sem número de problemas de meios de telecomunicações para se transmitir as ordens e os relatórios, para se fazer as coordenações, para se ministrar os briefngs e debriefngs, etc… Colocamos as aviações de controle e alarme em vôo, de reabastecimento em voo, de reconhecimento e de transporte de tropa, nacionais e estrangeiras, operando a partir de Recife, e os aviões de caça, também de todos os participantes, a partir de Natal. Este será um cenário novo que acrescentará mais uma difculdade na coordenação e nos enlaces, objetivando uma postura mais realista, totalmente diferente da última CRUZEX. Outro degrau a ser subido este ano será um redesdobramento no meio da Operação. Nós vamos iniciar o exercício com a força de coalizão em uma localidade e depois movimentar parte dessa estrutura para outra localidade. Estas inserções de dificuldades logísticas e operacionais é que vão trazendo o conhecimento, a doutrina e a simplificação dos procedimentos, gerando o crescimento da capacidade operacional para todas as Forças Aéreas participantes do exercício.
AEROVISÃO – Desde a primeira CRUZEX, em 2002, já se passaram oito anos. Neste período, a FAB praticamente substituiu ou modernizou quase todos os seus caças. O que houve de acréscimo na capacidade brasileira com o advento destas novas tecnologias?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Foram inúmeros os benefícios que nós tivemos com o advento da CRUZEX. Só para citar um exemplo, na primeira, oito anos atrás, nós não tínhamos o avião de controle e alarme em vôo (CAV). Naquele tempo nós tivemos que usar uma aeronave CAV de outro país participante. A partir de 2004, o controle do espaço aéreo já foi feito por aeronave brasileira [E-99], em parceria com outra, ainda na fase de aprendizado, mas já com nosso avião voando. A partir de 2006 então, assumimos todo o controle do espaço aéreo da área do exercício. A modernização do controle do espaço aéreo, com datalinks utilizados entre os COPM (Centros de Operações Militares) no solo e as aeronaves de controle e alarme em voo, também foi um enorme “upgrade” em termos de utilização das Forças Aéreas da coalizão. Signifcati-vamente, a diferença foi nas missões de “Defensive Counter Actions” (DCA), que são as missões de defesa aérea em que a capacidade dos nossos aviões cresceu sobremaneira em relação ao passado, tanto na parte defensiva, fazendo patrulha aérea de combate ou alertas em voo, quanto na parte ofensiva nas escoltas às aeronaves de ataque. Desta forma, com o uso dessas aeronaves de CAV e o trabalho integrado com os COPM tivemos um aumento signifcativo na consciência situacional das equipagens de combate envolvidas, mormente quando da utilização de mísseis acima do alcance visual (BVR), os quais modifcam os cenários para o inimigo, gerando um aumento no nosso adestramento, na nossa maneira de engajar os aviões hostis, afetando a quantidade de aviões utilizados em cada missão. Isso modifca todo o planejamento de operações aéreas em um teatro de operações.
AEROVISÃO – Há a possibilidade da FAB passar a utilizar VANTs em operações aéreas?
Tenente-Brigadeiro Burnier – O VANT [Veículo Aéreo Não-Tripulado] é um meio aéreo moderno que terá seu uso obrigatório em qualquer campanha aérea no futuro. Ele ainda é embrionário na FAB e está sendo desenvolvido para ser utilizado de inúmeras formas, mas, obrigatoriamente, eu vejo que na próxima CRUZEX nós já teremos operações de VANT em cenários variados. Eu não tenho dúvida que isso virá a acontecer, não só na CRUZEX, mas também, em outros exercícios da FAB e do Ministério da Defesa. É uma ferramenta de futuro que tem provado a sua necessidade em todos os conflitos que estão ocorrendo pelo mundo, sem falar no uso de VANT em atividades civis que começam a ocorrer no Brasil.
AEROVISÃO – Há alguma mu-dança prevista para as próximas edições da CRUZEX, depois de 2010?
Tenente-Brigadeiro Burnier – A primeira grande mudança a ser introduzida é a periodicidade do exercício, passando-se a realizá-lo a cada três anos, de forma a permitir que os outros parceiros na América do Sul façam seus exercícios nos intervalos. A segunda ideia é dividirmos a operação em dois exercícios: um voltado para a atividade de Comando e Controle, exercitando o comandamento de uma Força Aérea em combate, e outro visando, essencialmente, o treinamento dos pilotos e tripulações nas operações aéreas. Esta metodologia de ações separadas visa a redução de custos e a maximização do aprendizado, fato este que vem sendo demonstrado e utilizado por vários países do primeiro mundo. Por outro lado, o COMGAR tem intenção de manter, com maior frequência do que fazíamos, os exercícios singulares da FAB, conhecidos como OPERAER, estes sim, voltados para o adestramento de toda a cadeia de uma Força Aérea em combate, incluindo a estrutura de C2 [Comando e Controle] e as tripulações.
AEROVISÃO – Essa é a terceira edição da CRUZEX em Natal, de-pois de 2004 e 2008. Porque sediar a operação na capital potiguar?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Nós não possuímos na FAB uma área específica para fazer exercícios desse porte. É intenção da FAB possuir uma área dessas e, particularmente, dispomos em Cachimbo (PA) do espaço aéreo e terrestre necessário para desenvolver estas operações, sem causar prejuízo aos demais usuários do espaço aéreo nacional. A semelhança do que existe nos EUA, na Base Aérea de Nellis, em Nevada, bem como da área existente no Canadá, na Base Aérea de Cold Lake, pretendemos preparar a nossa área, a fim de atendermos a todos os cenários possíveis de serem encontrados no desenrolar de uma campanha aérea. Desta feita, como atualmente não possuímos uma área específica, investimos em áreas com menor volume de tráfego aéreo civil. Então o Nordeste se destacou, pois além de ser uma região com baixa densidade de voos comerciais, possui a infraestrutura aeronáutica necessária com capacidade de absorver todos os meios de pessoal e de material necessários para atender uma Operação CRUZEX. Além disso, os meios de tecnologia da informação e telecomunicações que atendem este tipo de exercício é muito grande e nós já investimos uma grande quantidade de recursos em nossas bases aéreas lá sediadas com esta finalidade, particularmente na Base Aérea de Natal, situada na capital potiguar. Não seria lógico termos feito isso para um exercício e depois subtrairmos tudo de novo para realizarmos o mesmo em outro local.
AEROVISÃO – O senhor citou a questão do tráfego aéreo. Como fica a segurança das operações aéreas comerciais durante o exercício?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Nós acompanhamos o aumento do volume de vôos naquela região, no entanto, este aumento não chega a afetar os voos da CRUZEX. Hoje, nós possuímos a capacidade de coordenar todo o tráfego aéreo na região com total segurança e fluidez. Temos a experiência de muitos anos que nos permite executar o exercício sem nenhum problema mesmo com o crescimento do tráfego civil nos próximos dez anos na área do Nordeste. Além disso, o Brasil, particularmente o DECEA, órgão responsável pelo controle do espaço aéreo, está equipado com meios de controle de última geração e pessoal muito bem treinado, haja vista o ranking alcançado na última auditoria sofrida pelo sistema em 2009, quando fomos considerados possuidores de um dos cinco melhores sistemas de controle de tráfego aéreo do mundo.
AEROVISÃO – De que forma os conhecimentos aprendidos nas edições da CRUZEX alteram a operacionalidade da FAB?
Tenente-Brigadeiro Burnier –A resposta para essa pergunta é bem fácil. Em menos de dez anos a Força Aérea Brasileira modificou totalmente a sua forma de empregar o poder aeroespacial. Até então, operávamos de forma semelhante ao que foi empregado na guerra do Vietnã e outras, das décadas de 70 e 80. Por meio de um processo de lições aprendidas, disseminamos internamente, para todos os níveis, manuais doutrinários, documentos e normas operacionais que são adaptados a cada novo conhecimento. Criamos cursos e estágios para os nossos militares, visando a especialização nas diversas atividades que são desenvolvidas nas modernas operações aéreas em combate. Mas talvez a maior mudança que realizamos foi a adaptação do currículo do Curso de Comando e Estado-Maior, o que é ministrado na ECEMAR [Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica] para todos os oficiais superiores da Força Aérea. A modernidade e os conhecimentos que são ministrados neste curso para todos que vão comandar unidades aéreas e, também, para aqueles que vão compor os estados-maiores operacionais não ficam atrás do que é ensinado nas melhores Forças Aéreas do mundo.
AEROVISÃO – Além dos meios militares, como a CRUZEX tem se integrado com a sociedade?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Algum tempo atrás, nós realizávamos exercícios na FAB que ninguém no Brasil sabia que o mesmo estava acontecendo. Atualmente, com todas as facilidades de comunicação social que possuímos não fazemos nada sem que a sociedade saiba e participe intensamente dos exercícios. Por meio da internet temos divulgado todas as ações aéreas que ocorrem nas operações, permitindo a interação da população civil em cada passo do exercício, e divulgando o nosso trabalho de adestramento, que visa, exclusivamente, garantir a soberania do espaço aéreo brasileiro. Além disso, desde a primeira CRUZEX, temos conseguido montar, com diversas universidades localizadas nas cidades sede das operações, estágios curriculares nas áreas de comunicação social, jornalismo e relações públicas, visando a participação de estudantes universitários, os quais tem a oportunidade de mostrar o seu trabalho e formar um currículo acadêmico de peso, por ter participado de um exercício deste tipo. São pessoas que virão a ser formadoras de opinião neste país, mostrando o trabalho profissional e sério que é realizado dentro do âmbito militar, particularmente na Força Aérea para a garantia da soberania do espaço aéreo brasileiro. A certeza de que estamos no caminho certo, para mim, foi ver que a partir de 2006, várias Forças Aéreas, inclusive algumas do primeiro mundo, passaram a adotar esta mesma prática com suas universidades, em exercícios realizados em seus países.
AEROVISÃO – Brigadeiro, o senhor foi um dos idealizadores da CRUZEX e estava lá, em 2002, quando o primeiro avião estrangeiro chegou ao Brasil. Este ano, também estará presente quando a última aeronave decolar depois de finalizada a CRUZEX já em sua quinta edição. Qual a sensação do senhor ao ver o sucesso da operação Cruzeiro do Sul?
Tenente-Brigadeiro Burnier – Realmente é um prazer muito grande. Você ver que foi capaz de agregar um conhecimento deste nível para a Força Aérea envaidece qualquer um de nós que aqui labutamos. Aquilo que iniciamos junto com uns poucos hoje se transformou em uma tropa de profundo conhecedores na área de emprego do poder aéreo, permeando todos os nossos comandos operacionais, todas nossas unidades aéreas, enfim, todos os nossos modernos guerreiros. Posso dizer com tranqüilidade que hoje dispomos de um número significativo de militares que são doutores na atividade de Comando e Controle. Posso garantir a vocês que aqueles alunos de então passaram de passagem pelo mestre. Graças a Deus! Para encerrar, gostaria de lhes dizer que me sinto totalmente realizado ao constatar que os combatentes do ar de hoje não conhecem outra forma de cumprir a missão que não seja aquela que lhes transmitimos. Sinto-me satisfeito em ver que hoje dispomos na FAB de uma estrutura de comando e controle totalmente implantada e sedimentada em todos os níveis de emprego da Força. Finalmente, me sinto orgulhoso de ter sido aquele Coronel, que nos idos de 2001, convenceu o então Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Carlos de Almeida Baptista, a realizar a primeira operação CRUZEX. Asseguro-lhes que estarei em Natal no dia 20 de novembro, esperando a decolagem da última aeronave, com apenas um pensamento: MISSÃO CUMPRIDA!
FONTE/FOTO: CECOMSAER