Turquia pode se juntar ao KF-X da Coreia do Sul
O jornal Korea Times informou na última quarta-feira, 8 de setembro, que a Turquia vem mostrando interesse em se juntar ao programa de desenvolvimento do caça KF-X, da Coreia do Sul. O programa já ganhou investimento da Indonésia, segundo o jornal.
A informação veio do Maj. Gen. Choi Cha-kyu, diretor geral do bureau de programas de aeronaves da DAPA (Defense Acquisition Program Administration – Administração de Programas de Aquisição de Defesa), durante um fórum realizado na cidade Sul Coreana de Gyeongju. Segundo o Major General, a Turquia opera aproximadamente 180 caças F-16 e está considerando, seriamente, a participação no programa KF-X para substituir os velhos caças por novos, por volta de 2020.
Choi Cha-kyu também afirmou que o programa KF-X, que começou em 2002 mas foi adiado por problemas financeiros e técnicos, deverá ser iniciado novamente no ano que vem, com o consentimento de autoridades ligadas ao orçamento.
Fontes da indústria disseram que a participação da Turquia no projeto poderá resultar em um acordo de troca: a Turquia quer que a Coreia do Sul considere o helicóptero T-129, em desenvolvimento para o Exército Turco, como candidato para o programa de aquisição AH-X, de helicópteros pesados de ataque.
O programa KF-X pretende desenvolver um caça local similar às ultimas versões do F-16, por volta de 2022. A Coreia do Sul deverá bancar 60% dos custos de desenvolvimento, estimados em 5 trilhões de won (aproximadamente 4,2 bilhões de dólares, ou 7,3 bilhões de reais). O restante deverá ser financiado por nações estrangeiras ou companhias de defesa, dividindo os riscos.
A Coreia do Sul Korea espera receber transferências relevantes de tecnologia de empresas aeroespaciais dos Estados Unidos e Europa. Possíveis parceiros incluem Boeing e Lockheed Martin, dos EUA (esta última foi parceira da empresa sul coreana KAI no desenvolvimento do jato de treinamento supersônico T-50 Golden Eagle, que pode ser visto na foto abaixo).
Na Europa, possíveis parcerias poderão ser feitas com o grupo EADS e a sueca Saab (veja abaixo um slide de apresentação desta última, relacionado a uma participação no programa KF-X).
Inicialmente, espera-se produzir 120 caças, com outros 130 adicionais após os primeiros atingirem capacidade operacional. Os custos de produção, após a fase de desenvolvimento, estão estimados em 6 trilhões de won (aproximadamente 5,14 bilhões de dólares, ou 8,8 bilhões de reais)
Em 15 de julho deste ano, a Indonésia assinou um memorando de entendimento (memorandum of understanding – MOU) em que arcará com 20% dos custos e a compra de 50 caças KF-X quando a produção em massa começar. Espera-se que, entrando no KF-X, a Turquia se responsabilize pela mesma parcela de verbas para custear o desenvolvimento que a Indonésia.
O programa KF-X
A proposta original do KF-X era desenvolver um caça furtivo de quinta geração, com características entre o Dassault Rafale ou Eurofighter Typhoon e o Lockheed Martin F-35. Em meio a controvérsias sobre a viabilidade desse plano, a DAPA encomendou um segundo estudo, em abril do ano passado, para o Centro de Desenvolvimento e Aplicação de Conceitos de Sistemas de Armas, da Universidade de Konkuk.
O centro recomendou um plano de desenvolvimento de um avião do tipo F-16, com um radar AESA (varredura eletrônica ativa), uma suíte de guerra eletrônica e sistemas de data-link adequados a um ambiente de guerra centrada em redes. Também recomendou que o jato tivesse, comparado ao F-16, um raio de combate uma vez e meia maior, uma vida útil da célula 1,34 vezes mais longa e aviônicos superiores aos da versão Block 50 do caça norte-americano.
Outros requerimentos são um empuxo de 50.000 libras, que poderá ser fornecido tanto com o emprego de um único motor ou de dois motores, supervelocidade de interceptação e capacidade supercruise (voo de cruzeiro supersônico, sem uso de pós-combustores). Também requere-se capacidade de atingir alvos no ar, terra e mar.
FONTE: Korea Times
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