A Arábia Saudita quer comprar 84 novos caças-bombardeiros F-15S para substituir alguns dos seus F-15 mais velhos, mas quer também um radar mais avançado, similar ao radar que os israelenses colocarão nos seus F-35.

Os novos radares com antenas AESA (active electronically scanned array) poderão aumentar a capacidade de vigilância e de direção de tiro em três vezes. Eles podem também criar mapas com resolução suficiente para encontrar alvos pequenos em movimento. Com o software correto, eles podem se tornar sofisticados dispositivos de guerra eletrônica. E, com a nova geração de mísseis ar-ar, eles permitirão também o engajamento de mísseis balísticos de curto e médio alcance.

O pedido original da Arábia Saudita era para o F-15S equipado com um radar Raytheon AESA, que pode aumentar o alcance para pequenos alvos até 150 milhas, dependendo da RCS do alvo – e quase sem custos de manutenção. Os atuais F-15S sauditas e F-15I israelenses usam o radar de varredura mecânica APG-70, que não está mais em produção. Pilotos israelenses dizem que podem detectar um grande jato comercial a 150 milhas de distância, mas aviões do tamanho de um caça somente a 56 milhas.

Os F-15S são parte do pacote de armas de US$ 30 bilhões que está sendo proposto pela Administração Obama.

Os novos projetos de radar AESA – como o APG-63(v)3, instalado nos F-15C atualizados da USAF e nos novos F-15SG de Cingapura – podem detectar alvos muito pequenos. A versão americana pode detectar mísseis de cruzeiro a distâncias suficientes para destruí-los. E, mais importante, os AESA podem detectar pequenos alvos em movimento no solo, possibilitanto o engajamento com armas stand-off, bem além alcance das armas antiaéreas.

Conquanto Israel e a Arábia Saudita usem o mesmo radar em seus F-15, a Força Aérea Israelense opera UAVs de longo alcance, com capacidades de indicação de alvos maior do que a dos aviões tripulados, o que dá vantagem a Israel.

Os F-15K da Coreia do Sul tem o radar APG-63(v)1 (sem antenas AESA, mas com “back end” com processamento digital), o que facilita o upgrade e baixa o custo de manutenção.

As negociações e capacidades de fabricação na Raytheon indicam que os radares candidatos para os aviões da Arábia Saudita são o APG-63(v)1 ou 3.

Uma vez que a Força Aérea de Israel está planejando comprar cerca de 22 caças F-35  equipado com radar AESA, a compra de um radar avançado pelos sauditas pode tornar-se uma questão discutível. Também poderia suavizar qualquer ônus associado à introdução de um caça furtivo no Oriente Médio.

A Arábia Saudita está lutando na fronteira com insurgentes do Iêmen, o que supostamente tem produzido baixas significativas no seio das forças sauditas. Ataques aéreos realizados por Tornados e F-15 sauditas começaram no final do ano passado, contra rebeldes Houthis na região Sa’dah, ao norte do Iêmen.

É a primeira ação militar da Royal Saudi Air Force desde 1991. Os resultados parecem ter aumentado a urgência dos planos para a atualização das forças do ar e de terra. O processo começou depois da invasão do Iraque ao Kuwait em 1990. Mas parte das forças já é velha e precisa de substituição.

No alto da lista estão 82 caças F-15C/Ds. As melhores aeronaves de ataque sauditas são 71 F-15S equipados com o radar Raytheon APG-70, com capacidade “Doppler beam-sharpening” reduzida. Os israelenses têm o mesmo radar (APG-70I), também “downgraded”. Os modelos de radar dos F-15 da USAF têm resolução 3 vezes maior que os modelos I e S. Com a linha do APG-70 fechada, resta saber qual radar equipará os novos F-15S.

FONTE: Aviation Week

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