Cortes no orçamento militar francês afetarão toda a indústria de defesa

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A afirmação é do presidente da Dassault, Charles Edelstenne

O site Defense News publicou declarações do presidente da Dassault Aviation Charles Edelstenne, afirmando que os cortes de 3,5 bilhões de euros no orçamento militar francês deverão afetar toda a indústria francesa. Para Edelstenne, “ninguém será poupado”, e a principal preocupação é com cortes potenciais em pesquisa e tecnologia. As declarações foram feitas em coletiva de imprensa realizada no último dia 29 de julho, quando a empresa apresentou seus resultados financeiros do primeiro semestre, dentre os quais destacou-se o crescimento de 37% do lucro.

“Meu único medo é que a pesquisa e tecnologia sejam sacrificadas”, disse o executivo, acrescentando que o futuro corre risco de ser hipotecado pelas questões de curto e médio prazos. Ele também afirmou que, atualmente, os investimentos em pesquisa e tecnologia são de 700 milhões de euros anuais, tendo caído em relação aos níveis de 20 anos atrás.

Os detalhes sobre os cortes no orçamento de defesa francês deverão ser revelados em setembro ou outubro, segundo a Dassault. Para Edelstenne, os cortes nos orçamentos britânicos e franceses “poderão e deverão” funcionar como um catalizador para maior cooperação entre as duas nações. Ele citou o fato dos países estarem cooperando em um projeto de VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) de média altitude e grande autonomia.

Sobre a produção do Rafale, que atualmente é montado na cadência mínima de 11 por ano (em comparação às 2,5 unidades por mês planejada inicialmente), o executivo afirmou que, se a cadência cair ainda mais, a indústria seria afetada. A empresa entregou cinco caças Rafale no primeiro semestre deste ano, comparado a sete entregues no mesmo período do ano passado.

Acrescenta-se o fato de que a Dassault é credora de 200 milhões de euros em pagamentos atrasados do Ministério da Defesa Francês, devido a problemas relacionados a um novo software que gerencia pagamentos governamentais.

FONTE: Defensenews FOTO DO ALTO: Armée de l’air

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