Graças ao emprego de materiais compostos, o Gripen tem metade do peso do Viggen, mas leva a mesma carga de armamentos

Em 3 de junho de 1992, o Parlamento Sueco concedeu à FMV a aprovação para a encomenda do segundo lote de caças Gripen, de 110 aeronaves, incluindo o desenvolvimento e produção de 14 aeronaves biplace JAS 39B.

O segundo lote de Gripen era equipado com aviônicos atualizados e novo hardware no sistema de controle de voo. Os dois processadores dos displays do cockpit foram combinados numa só unidade. Os Gripen do segundo lote também tinham provisão para o novo sistema de comunicação tático TARAS que foi introduzido na Força Aérea Sueca na virada do século.

Em 16 de junho de 1997, um terceiro lote de Gripen foi encomendado, sendo 50 monoplaces e 14 biplaces, aumentando o número total de aeronaves para 204.

Um segundo contrato foi assinado em separado em 1997, para o desenvolvimento e introdução de um nova APU (Auxiliary Power Unit). Novos requisitos ambientais e de ruído foram a razão do desenvolvimento, bem como a redução de custos de manutenção.

A nova unidade foi introduzida nas novas aeronaves em produção e também retroativamente nas aeronaves já produzidas. A nova APU também é conhecida como APESS (Auxiliary Power and Engine Starting System).

Modificações nas aeronaves já entregues

Como resultado do desenvolvimento posterior da nova APU e de outros sistemas, a Força Aérea Sueca decidiu modificar toda a frota de Gripen, também com o objetivo de tornar a manutenção mais racional.

Modificar as 140 aeronaves já entregues para o padrão do lote 3 seria muito custoso, então decidiu-se modificar as últimas 20 aeronaves do lote 2 para o padrão do terceiro lote.Três pacotes de modificações foram definidos para as aeronaves já entregues, e foram gradualmente incorporados.

As primeiras 120 aeronaves (incluindo 14 biplaces) foram designados JAS 39A e JAS39B. As demais 84 aeronaves (14 biplaces) foram designadas JAS 39C e JAS 39D.

Gripen de exportação

Planos de exportação do Gripen não existiam quando ele foi concebido. Mas como o desenvolvimento da aeronave foi se tornando conhecido através da mídia e dos parceiros internacionais, pedidos de demonstração da aeronave surgiram.

Em 1995, foi assinado um acordo entre a Saab e a British Aerospace para o desenvolvimento e marketing de uma versão de exportação do Gripen. Vários acordos foram assinados para tornar o Gripen tanto um produto britânico como sueco para o mercado de exportação.

A British Aerospace contribuiu com sua experiência de adaptação de aeronaves ao padrão OTAN e o conhecimento de operação de aeronaves em clima tropical e desértico.

Em 1996, o ECGD (Export Credit Guarantees Department) do Reino Unido assinou um acordo com o EKN sueco (Swedish Export Credits Guarantee Board) e SEK (AB Svensk Exportkredit), para as garantias de exportação e financiamento do Gripen.

O Gripen de exportação é caracterizado pelas seguintes mudanças:

  • Toda a instrumentação do cockpit em padrão inglês
  • Conexões de combustível e pilones de armamento em padrão OTAN
  • Sonda de reabastecimento em voo
  • Adição de sistema OBOGS (On Board Oxygen Generating System)
  • Sistema de displays de cockpit em cores – o Gripen foi primeiro caça qualificado para operar sem mostradores analógicos
  • Célula e sistemas adaptados para climas quentes, com sistema de refrigeração melhorado para piloto e computadores
  • Novo sistema de rádio CDL 39 (comunicação e data link) compatível com rádios da OTAN
  • IFF da OTAN e ILS

As versões C e D da Força Aérea Sueca são muito semelhantes às versões de exportação, com apenas algumas diferenças devido a questões específicas do cliente.

Uma aeronave inteligente

O layout aerodinâmico do Gripen combina asa delta com canard, com 20% da célula feita de compostos de fibra de carbono.

A performance do caça foi direcionada inicialmente para missões de interceptação, com foco em velocidade, aceleração e taxa de giro. O Gripen tem um sistema de controle de voo totalmente computadorizado (fly-by-wire), combinado com configuração canard-delta e estabilidade relaxada.

São cerca de 40 computadores que controlam cada momento do voo, bem como auxiliam o piloto com os controles, navegação e cálculo de tiro, rastreamento da situação operacional da aeronave, necessidade de reparos etc.

Isto dá ao avião uma excepcional capacidade de “dogfight”, além da capacidade BVR.

O canard é usado como freio aerodinâmico no pouso, dando ótima capacidade de pouso curto, sem a necessidade de reversor de empuxo.

O Gripen também foi projetado para facilitar a manutenção e o preparo para as missões. Em tempo de guerra, um grupo de conscritos comandados por um oficial pode fazer o turn-around em 10 a 15 minutos (dependendo da missão e armamento), rearmá-lo e realizar os cheques necessários.

Sistemas embutidos de auto-teste e LRUs (Line Replaceable Units) reduzem o tempo requerido para manutenção. A APU reduz o tempo de reação e a dependência de equipamentos externos de energia.

O motor é o General Electric F404 (o mesmo do F-18 e F-20), produzido sob licença pela Volvo e designado RM12. O empuxo de aproximadamente 8 toneladas quase equivale à massa da aeronave.

O armamento fixo é um canhão Mauser de 27mm. Dois mísseis ar-ar infravermelhos podem er levados nas pontas das asas e, além disso, o Gripen pode levar uma variada gama de armas sob as asas e fuselagem, incuindo mísseis Rb 75 Maverick, Saab RBS 15F antinavio e pods de reconhecimento, entre outros. Em 1994, também foi decidido integrar o míssil AMRAAM ao Gripen.

Um caça internacional

Muitos componentes, equipamentos e subsistemas do Gripen foram buscados no mercado internacional, como o motor, assento ejetável, trem de pouso, sistemas de controle, sistema de combustível, sistema hidráulico, controle ambiental e alguns aviônicos.

O objetivo do Projeto Gripen de usar sistemas do mercado internacional foi adquirir os componentes por compra competitiva. Desta forma, garantiu-se o preço mais baixo e quebrou-se a espiral de custos.

As Forças Aéreas Tcheca e Húngara foram as primeiras clientes de exportação do Gripen e atualmente cada força opera 14 aeronaves (incluindo dois biplaces)  em forma de leasing, com opção de compra.

As entregas para a Força Aérea da África do Sul (26 caças, incluindo 9 biplaces) começaram em abril de 2008. Até junho de 2010, 15 aeronaves (9 biplaces) já haviam sido entregues.

O Gripen também foi comprado pela Royal Thai Air Force: (6 aeronaves, 4 biplaces). A Empire Test Pilots’ School (ETPS) também usa o Gripen como treinador de pilotos de teste.

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