F-X2: lista de razões que atrapalham a escolha

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O Estadão de ontem informou que o governo francês seria avisado, em breve, de que o caça Rafale seria escolhido. Em Brasília, a notícia foi entendida com reservas já que muitas questões estão em aberto.

A própria escolha em um momento eleitoral é vista com cautela já que irá desagradar. Em especial, se o caça francês for escolhido. Tempos atrás, o favoritismo era inconteste. Hoje nem tanto. A lista de razões que atrapalham a escolha cresce a cada dia. Vamos a ela:

  1. Questão do Irã. O governo brasileiro se sentiu traído em sua boa-fé com a atitude da França em não apoiar as negociações do Brasil e Turquia com o Irã. O presidente Lula ficou especialmente ofendido e considerou uma deslealdade com um parceiro que se anunciava estratégico.
  2. O Preço do Rafale. Continua elevadíssimo. Tanto na compra quanto na hora voada. É mais do que o triplo do custo voado do Gripen.
  3. Rafale tem componente americanos. Surpresa total. Apos alardear ter componente 100% franceses, descobre-se que o Rafale também tem componentes americanos;
  4. Posição de Mangabeira Unger. Ferrenho defensor da opção francesa, Unger reviu seu posicionamento e já não acredita que o Rafale seja a melhor opção. O presidente Lula teria sido comunicado do fato.
  5. O apoio dos metalúrgicos. Com a promessa de fabricar partes de peças em São Bernardo e montagem final em Gavião Peixoto, o Gripen ganhou o apoio de Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo, e dos metalúrgicos de São Paulo.
  6. Apoio da FIESP. O apoio dos metalúrgicos reforçou o apoio já existente da FIESP e da indústria aeroespacial brasileira que não considera o Rafale a melhor opção tecnológica
  7. A FAB foi obrigada a “engolir” um “relatório” feito no Ministério da Defesa justificando o Rafale. Os militares se sentirem desprestigiados e aumentaram, ainda mais, a resistência.
  8. A condução do processo. Vários setores do governo se mostram surpresos com a complicada condução do processo o que faz levantar suspeitas se as regras estabelecidas pela FAB tenham sido adequadamente seguidas.

Com tudo isso, o cenário continua nebuloso e, possivelmente, a compra só vai ser definida no segundo semestre após as eleições. Por outro lado, mesmo que o resultado seja anunciado logo, o contrato só deverá ser assinado pelo futuro presidente.

FONTE: Brasiliaemtemporeal

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