A Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira – Parte 1
A Força Aérea Brasileira foi criada em janeiro de 1941, pela fusão das aviações do Exército e da Marinha. O Brasil declarou guerra ao Eixo em 1942, tornando possível ao País o recebimento de equipamento americano no programa de “lend-lease”. Para a FAB, os novos equipamentos vieram em boa hora, já que os disponíveis por aqui eram obsoletos.
Com navios mercantes brasileiros sendo torpedeados por submarinos alemães e italianos, era preciso equipar logo a FAB com para enfrentar aquela ameaça.
A prioridade era o recebimento de aviões patrulha, mas a FAB acabou recebendo também caças P-36 e P-40. Ao mesmo tempo, pilotos brasileiros foram enviados aos EUA para receberem treinamento para futuro emprego no Teatro de Operações.
O Brasil acabou depois enviando um esquadrão de P-47D Thunderbolts para lutar na Itália, incorporado ao 350th Fighter Group da USAAF. A unidade chamava-se 1º Grupo de Caça, que correspondia na verdade a um esquadrão americano.
De outubro de 1944 até o final da Segunda Guerra, o 1º Grupo de Caça voou 20.054 sortidas em 5.796 missões, perdendo 5 pilotos em combate, mais 3 mortos em acidentes, 6 abatidos pela Flak alemã e capturados e 5 outros abatidos sobre território amigo ou salvos por partisans.
O P-47 Thunderbolt depois da Guerra fez carreira na FAB e voou por aqui até 1958.
Em 1953, a Força Aérea Brasileira entrou na Era do Jato, recebendo 70 caças Gloster Meteor da Grã-Bretanha (60 dos quais monoplaces F.Mk.8 e 10 T.Mk.7 biplaces). Em 1959, a FAB recebeu também 33 jatos americanos Lockheed F-80 Shooting Stars, que operaram juntamente com os Meteors até 1973/1974.
O período compreendido entre o final dos anos 1960 e o início dos anos 70 foi difícil para a FAB, pois os jatos estavam atingindo rapidamente o limite de sua vida útil, principalmente os Gloster Meteor.
A FAB tinha então quatro Esquadrões de Caça: na Base Aérea de Santa Cruz, o 1º/1ºGC (Primeiro Esquadrão do 1º Grupo de Caça) e o 2º/1ºGC (Segundo Esquadrão do 1º Grupo de Caça), operando Meteors, na Base Aérea de Canoas, o 1º/14º GAv (Primeiro Esquadrão do 14º Grupo de Aviação), também operando Meteors e, na Base Aérea de Fortaleza, o 1º/4ºGAv operando o F-80.
Como a Aviação de Caça tinha sido esquecida pelos sucessivos Governos, mesmo os militares, não havia recursos financeiros para adquirir aeronaves em número suficiente para substituir as aeronaves que iam sendo aposentadas.
A solução “tampão” foi adquirir, em meados dos anos 60, velhos jatos AT-33 da USAF. Na verdade, eram treinadores T-33 armados, que de tão cansados foram desativados já em 1975.
Outra salvação para os esquadrões de caça da FAB foi o acordo de fabricação sob licença no Brasil pela Embraer, do treinador a jato italiano Macchi MB326GB, que aqui ficou conhecido como Embraer EMB-326GB Xavante.
Juntamente com os AT-33, os Xavante não eram caças verdadeiros como o Meteor ou F-80, com visível efeito sobre o moral dos nossos pilotos.
Já estávamos no início dos anos 1970, os caças supersônicos e os mísseis ar-ar eram realidade há muito tempo, mas não na Aviação de Caça da FAB.
FOTOS: Arquivo de Aparecido Camazano Alamino
Continua em próximo post
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