Almirante Edouard Guillaud anuncia, em Saint-Dizier, a operação inicial da dupla Rafale / ASMP-A para dissuasão nuclear

Na última quinta-feira, 1º de julho, o almirante Edouard Guillaud, chefe de estado maior das Forças Armadas Francesas, acompanhado do general Jean-Paul Paloméros, chefe de estado maior do Armée de l’air (Força Aérea Francesa), anunciou a operação inicial do míssil ASMP-A no Rafale.

O anúncio foi feito na Base Aérea 113, de Saint-Dizier, de onde opera a segunda unidade da Força Aérea Francesa equipado com o Rafale, o Esquadrão de Caça 1/91 “Gascogne”, cuja principal missão é o ataque nuclear (o outro esquadrão que opera a partir da mesma base, o 1/7 “Provence” – o primeiro da Força a ser equipado com o Rafale – cumpre as demais missões afeitas à caça, não fazendo parte da força estratégica de dissuasão nuclear).

Segundo o Armée de l’air, o esquadrão “Gascogne” desenvolveu um longo processo para alcançar a fase de operação inicial com o míssil, a partir do Rafale em sua versão F3. Para sua implantação, foi necessário de uma reformulação profunda da infraestrutura, organização, segurança nuclear, procedimentos e documentação.

O primeiro passo foi familiarizar as forças com as evoluções trazidas pela arma e os novos perfis de voo em um vetor já conhecido, o Mirage 2000 N, antes de operá-lo a partir do Rafale. Assim, o ASMP-A (míssil ar-terra de médio alcance melhorado – missile air-sol moyenne portée amélioré) já equipa os Mirage 2000N do Esquadrão 3/4 “Limousin”, baseados em Istres, desde 1º de outubro de 2009 (segundo a MBDA, fabricante da arma, trata-se do padrão K3 do Mirage 2000N).

O ASMP-A foi desenvolvido para substituir o atual ASMP, empregado pelos demais esquadrões equipados com o Mirage 2000N. Segundo a MBDA, o programa foi lançado no final de 1997, e o seu desenvolvimento iniciou-se em agosto de 2000, com o contrato concedito à então Aerospatiale Matra Missiles ainda em dezembro daquele ano.  A fase de avaliação de testes de disparo a partir do Mirage 2000N foi completada em março de 2009. A ogiva termonuclear do míssil (de média potência) não é responsabilidade da MBDA, sendo fornecida pela CEA francesa (Commissariat à l’Energie Atomique).

O míssil é equipado com um motor ramjet, com melhor relação pes0 / alcance que permite ao míssil cobrir boa parte do seu envelope de voo a altas velocidades supersônicas. Assim, segundo o fabricante, o alcance e capacidade de penetração da arma foram significativamente melhorados em comparação com o ASMP.

FONTES / FOTOS: Armée de l’air (Força Aérea Francesa) e MBDA

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