Reabertura do Museu da TAM, uma visita virtual
Inaugurado em novembro de 2006,o museu foi fechado em junho de 2008 para ampliação e reforma. O espaço já estava pequeno para o grande número de aeronaves do acervo. Quem visitou o museu um pouco antes de ser fechado para a reforma podia observar algumas aeronaves estacionadas no lado externo do prédio por falta de espaço.
A reinauguração estava prevista para novembro de 2009, mas de forma parcial. Foi decidido então manter o museu fechado por mais um tempo e reinaugurá-lo em sua forma definitiva.
A área útil, que era de 9.500 metros quadrados, foi ampliada para mais de 22.000 (veja imagem abaixo). Agora o acervo conta com 96 aeronaves, sendo que 72 delas estão restauradas expostas. Não é por menos que este é conhecido como o maior museu do mundo mantido e patrocinado por uma companhia aérea.
Diversas autoridades civis e militares estiveram presentes ao envento, destacando-se o Presidente do Museu TAM, João Francisco Amaro, irmão do falescido comandante Rolim Amaro e o comandante da Aeronáutica brigadeiro Juniti Saito. Em função de outros compromissos anteriormente assumidos, o brigadeiro Saito teve que partir em um VC-99B (designação da FAB para o Embraer Legacy) do GTE antes da cerimônia.
O que mudou?
Respondendo de forma rápida, muita coisa. Primeiramente foi erguido um novo edifício que abriga a bilheteria e a lanchonete. A decoração do interior do prédio lembra um saguão de aeroporto e as filas para a compra dos ingressos assemelha-se a um check-in. Existe até uma réplica de uma esteira de bagagens.
O visitante só percebe que está entrando em um museu de aviação quando olha para o teto. Sobre a sua cabeça está uma réplica de um Messerschimitt Bf-109 pintado com as cores do avião pilotado pelo famoso ás alemão da II Guerra Mundial, Adolf Galland (104 vitórias aéreas).
Esta aeronave não fazia parte da exposição antiga. Para os amantes da história da aviação esta primeira imagem de um Bf-109 em pleno ar já dá uma ideia do que espera o visitante no interior do museu.
Deixando o prédio novo, cruza-se uma via interna de duas mãos e chega-se ao prédio principal. A entrada, bem diferente da anterior, é escura e dá a sensação de que o visitante fará uma viagem através do tempo. Subindo uma rampa suave, passa-se por uma espécie de túnel que lembra muito um “finger” de aeroporto. O “finger” desemboca no verdadeiro “túnel do tempo”, levando o visitante aos primórdios da aviação.
Deixando o “túnel do tempo”, onde a luminosidade de baixa intensidade dá o tom do ambiente, chega-se a um amplo mezanino bem iluminado. Do alto desta estrutura o visitante pode vislumbrar a ampla área interna de exposição das aeronaves (ver foto inicial desta matéria).
Destacam-se os modelos comerciais utilizados pela própria TAM como o Fokker 100, um Bandeirante com a pintura da época do Taxi Aéreo Marília e um Fokker 27. Pelo seu tamanho imponente também marcam presença um Lockheed Constellation (este um velho conhecido do museu) e um Buffalo (novo na exposição).
Descendo a rampa interna do amplo galpão o visitante chega primeiramente aos modelos em tamanho natural das aeronaves pioneiras, como o famoso 14-bis de Santos Dumont. Caminhando pelas aeronaves seguem-se modelos da década de 1920, 1930 e 1940-1950.
Nesta parte do museu uma especial atenção deve ser dada ao Savoia-Marchetti S.55 “Jahú”. Esta é uma aeronave realmente histórica e única no mundo, mas quase foi devorada pelos cupins. Deixado à própria sorte por anos, finalmente o Jahú encontrou um lugar digno. Antes do museu fechar as portas o Jahú ainda estava em processo de restauração e agora pode ser apreciado em sua plenitude.
Um pouco mais para o final do galpão também podem ser vistos aviões que estão em diferentes fases de recuperação como um T-6 e um Stinson Reliant. Seria muito interessante ter este T-6 nas cores da “Esquadrilha da Fumaça”.
Os militares
Uma das alas mais concorridas do museu é o espaço onde estão os aviões militares. Os exemplares da II Guerra Mundial como o F4U Corsair, o Supermarine Spitfire e o Me Bf-109 atraem muito os olhares dos visitantes. Agora estas aeronaves foram expostas em dioramas devidamente caracterizados com peças de época.
Grande destaque recebeu o P-47 “B5”, utilizado pela FAB na Itália. Agora a aeronave está exposta junto com farto material histórico, mural informativo e documentos da época. O B5 era a aeronave voada pelo tenente Rocha e no seu entorno encontra-se rico material que pertenceu ao piloto da FAB, incluindo suas “dogtags” originais e seu “logbook” (livro com os registros de voo).
Por algum motivo o Spitfire ficou afastado dos outros aviões de sua época e parcialmente escondido. Menos destaque também recebeu a “família MiG”. Os MiG-21, MiG-17 e MiG-15 foram colocados em um canto com pouca visibilidade. Um ponto positivo foi a retirada dos canhões do interior do MiG-17, que agora podem ser visto em detalhe pelos visitantes.
A presença de aeronaves da FAB é marcante, além das que já estavam expostas (como o Gloster Meteor) agora foram adicionados à exposição um Mirage IIID, um P-16, um Buffalo, um Xavante e um T-33.
Espaço TAM
Agora o museu conta com uma ampla área dedicada à história da TAM. Três modelos de grande porte estão preservados com as cores da empresa. As aeronaves são: Fokker 100, Fokker 27 e EMB-110 Bandeirante.
O mais interessante é que o Fokker 100 está aberto para os visitantes e seu interior pode ser percorrido de ponta a ponta, inclusive a cabina. É uma experiência bastante interessante para quem nunca entrou em uma aeronave comercial.
Existem também diversos painéis contando a história da TAM e da família Amaro. Junto a estes aviões estão diversas maquetes (plastimodelos) em escala de aeronaves militares e civis.
Propulsores
Na “versão antiga” o museu já contava com a exposição de alguns motores aeronáuticos. Esta seção foi ampliada e diversificada. O visitante encontrará tanto motores a reação com a hélice (incluindo turboélice). Junto aos motores existe um quiosque com informações em telas de computador onde o visitante pode aprender um pouco sobre motores e seu funcionamento.
Um destaque negativo fica por conta da ausência de informações ao lado dos motores, fazendo com que somente os entendidos no assunto saibam quais são. Uma pena, pois ali estão expostos, entre outros, um Snecma Atar 9C (foto acima esquerda) de um Mirage III, um Rolls Royce Viper (foto acima direita) de um Xavante e um Wright R-1820 de um P-16, aeronaves que também fazem parte do acervo.
Ao lado dos propulsores e um pouco antes da oficina de manutenção da TAM estão dois simuladores de F/A-18. Não é preciso dizer que a garotada começou a formar fila para poder “voar” naquele brinquedo. Quando o museu abrir para o público em geral o simulador será pago. Segundo informado pela assessoria de imprensa da TAM, o preço será de R$ 30,00 por meia hora de uso nos finais de semana e feriados.
E para quem acha que não há programação para crianças, o museu está equipado agora com um espaço para recreação infantil. Se você quiser fazer uma visita prazerosa e agradável, olhando tudo e vendo todos os detalhes com a maior paciência possível, poderá deixar a “patroa” tomando conta do “rebento” no TAM KIDS!
Bom passeio e boa diversão. Lembrando que o Museu abre para o público em geral neste domingo (13/6). Depois ficará aberto todas as semanas de quarta a domindo das 10h às 16h. A entrada é autorizada somente até às 15h.
Endereço:
Rodovia SP-318 (São Carlos – Ribeirão Preto), km 249,5. Distrito de Água Vermelha, município de São Carlos/SP. Telefone de contato: (16) 3306-2020.
Ingressos:
R$ 25,00 por pessoa. Crianças até 6 anos e adultos com mais de 60 anos não pagam. Estacionamento gratuito no próprio local.
LEIA TAMBÉM: