Hoje participamos do primeiro dia da Aerospace Forum Sweden, em Linköping, Suécia. Foram 4 sessões, com palestras sobre Política, A Visão Européia, Pesquisa Nacional e Programas de Desenvolvimento.

Aqui o fuso horário é 5h à frente do horário de Brasília e a temperatura é de cerca de 10 graus Celsius. Já passa de meia-noite enquanto começo a escrever esse texto, mas no Brasil ainda são 19h.

Minha impressão do primeiro dia de palestras é que a Suécia é um país que investe em Defesa porque se preocupa com o futuro, para não perder a posição tecnológica de vanguarda que conquistou depois de tantos anos e investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento.

Dentre as palestras de hoje, destaco o discurso de abertura, onde o major-general Andres Silwer, Chefe do Estado Maior da Força Aérea Sueca, falou sobre o binômio “Doutrina e Tecnologia”, observando que as duas interagem o tempo todo. Ele mencionou também a dependência que o Poder Aéreo tem da tecnologia e que o futuro depende de compromissos de longo prazo e investimentos.

Outra palestra de destaque foi do professor Gunnar Eliasson, do Royal Institute of Technology, sobre “Aquisições Públicas Avançadas como Política Industrial. A Indústria Aeronáutica como uma Universidade Técnica”.

O professor Gunnar apresentou o conceito de “Spillover” (“Transbordamento”), mostrando as conclusões do seu livro sobre o investimento em tecnologia militar. Gunnar disse que o “multiplicador de transbordamento” do Gripen, de 1982 a 2007, foi de 2,6 vezes o valor do investimento para a sociedade, na produção civil, exportação e novos negócios.

Gunnar apontou também que o investimentos militares criam valor social e uma rede de oportunidades de negócios, como mostra o gráfico da apresentação abaixo.

O principal fato levantado no primeiro dia foi a questão da indústria aeroespacial européia estar atrasada em relação à americana e que é preciso unir os esforços das indústrias e das políticas nacionais para reverter a situação.

O Neuron, o maior programa demonstrador de aeronave não-tripulada é um dos caminhos apontados para esta união de esforços.

Houve também palestras sobre o Programa do Gripen Demonstrator, do Gripen com biocombustível, os vários UAVs em desenvolvimento pelos europeus e sobre o sistema Carabas, de detecção remota de IEDs. Mais detalhes sobre essas palestras eu trarei em próximo post, pois  terei que acordar daqui a pouco para a visita à Saab, onde poderemos conhecer o Gripen de perto. Até amanhã.

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