Museu “Asas de um Sonho” reabrirá no próximo Domingo

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Boa parte do acervo do Museu TAM, localizado em São Carlos, a 237 quilômetros de São Paulo, veio voando para a reinauguração do local, prevista para domingo (13). Não se trata de força de expressão. Das 72 aeronaves em exibição, 31 chegaram pelos ares ao galpão de 20 000 metros quadrados, vizinho ao Centro Tecnológico onde a companhia aérea realiza a manutenção de sua frota. “Transportar essas preciosidades exige muita responsabilidade”, afirma o presidente do museu, João Francisco Amaro.

Um dos fundadores da TAM ao lado do irmão, o comandante Rolim Amaro (1942-2001), ele mesmo conduziu a maioria dessas relíquias até lá. “Vim da Argentina com um caça alemão Focke-Wulf FW-44J”. Alguns percorreram distâncias maiores, como o Douglas DC-3, usado na II Guerra, que veio dos Estados Unidos. A réplica do De moiselle, de Santos Dumont, e o caça inglês Supermarine Spitfire são outras raridades. “Nosso RWD-13, que já pilotei, é o único exemplar do mundo em condições de voar”, garante o empresário, referindo-se a um modelo polonês de 1938.

Concebida pelos irmãos Amaro em 1996, a coleção do museu começou com dois Cessna (um 195 e um espécie de finger que dá acesso a um túnel repleto de painéis sobre a história da aviação mundial — dos primeiros balões aos ônibus espaciais. Ao fim da jornada, avistam-se os mais de setenta modelos, organizados no pátio em ordem cronológica. Uma das principais atrações é o hidroavião Jahú, que cruzou o Atlântico em 1927, pilotado pelo paulista João Ribeiro de Barros. Há ainda o Cessna 140 repleto de assinaturas na fuselagem — uma delas do presidente Getúlio Vargas. Nos anos 50, transportou a paulistana Ada Rogato em sua travessia solitária pelas três Américas.

Os apaixonados por aviação militar encontram um cardápio farto. Uma das estrelas é o alemão Messerschmitt Bf 109, conhecido como Me 109, que custou mais de 1 milhão de dólares. Três MiGs modelos 15, 17 e 21 e nove exemplares da Força Aérea Brasileira, a principal doadora, completam o acervo. Entre os destaques da FAB está o P-47, usado na campanha brasileira na Itália. Na frota de aeronaves civis, é possível apreciar o Lockheed Constellation, que carregava passageiros nos anos 40 e abrigou um restaurante no Paraguai décadas mais tarde.

Transportado para cá em seis carretas, foi remontado dentro do pátio do museu. A restauração da maioria dos itens é feita por engenheiros da própria empresa. No momento, eles trabalham em vinte modelos, que ficam numa reserva técnica, aguardando sua vez de entrar em cena. “É diversão para mais dez anos”, afirma Amaro.

FONTE: Portal Veja SP, via Notimp

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