Burocracia chinesa impede aumento de vendas da Embraer
Guan ressaltou que a China vai precisar de cerca de 800 jatos comerciais de 60 a 120 lugares nas próximas duas décadas e nenhuma empresa terá condições de atender a essa demanda sozinha. “Todas as nossas vendas têm de ser aprovadas pelo governo e enfrentamos dificuldades, obstáculos”, afirmou o representante da Embraer durante reunião do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) em Xangai.
O presidente do CEBC, embaixador Sérgio Amaral, disse que resolver a situação da Embraer é uma das prioridades da entidade e do governo brasileiro. A companhia tem uma fábrica na China em associação com a estatal Avic para fabricação do ERJ-145, de 50 lugares, mas quer autorização para produzir um avião maior, de capacidade para até 120 passageiros. Até agora, não houve resposta das autoridades chinesas.
Como as encomendas do ERJ-145 serão entregues até o fim do próximo ano, a empresa brasileira poderá encerrar sua produção na China caso não obtenha autorização de fabricar aviões de maior porte no país.
Turbulência. A situação da Embraer na China tornou-se mais complicada após a eclosão da crise financeira global, no final de 2008. A turbulência reduziu a demanda por aviões no país e tornou o governo local mais protecionista. Na época, além de obrigar o setor aéreo chinês a reduzir a oferta de assentos por causa da crise, o governo também pressionou as empresas locais a dar preferência aos aviões fabricados na China.
No ano passado, fontes no meio empresarial chinês haviam dito que a Avic teria imposto à Embraer condições quase inaceitáveis para continuar a joint venture em Harbin. Uma das exigências seria a de levar para a China a produção de aviões da família 170/190, possibilidade descartada pela companhia brasileira. Além disso, a Embraer assistiu nesse período sua sócia chinesa se tornar parceira indireta da arquirrival canadense Bombardier.
FONTE: estadao.com