Em parceria com MB e EB, FAB irá avaliar hipóteses de emprego de VANTs no país

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Em uma tela de TV, os repórteres acompanham em tempo real as imagens aéreas do local preparado para recebê-los. Cenas captadas por diferentes sensores lembram filmes de ação e notícias reais de conflitos recentes, como no Iraque e no Afeganistão. A ideia é colocar a imprensa em um verdadeiro centro de comando, parte vital no planejamento e execução de operações militares para conhecer os trabalhos de avaliação de emprego desse tipo de equipamento no país. Assim foi a apresentação do projeto de veículos aéreos não-tripulados da Força Aérea Brasileira (FAB), mais conhecidos pela sigla VANT, na Base Aérea de Santa Maria, nesta segunda-feira (10/5), no Rio Grande do Sul.

O equipamento em avaliação é o Hermes 450, fabricado pela Elbit Systems de Israel, e que envolve a participação de sua subsidiária no Brasil, a empresa Aeroeletrônica, com sede em Porto Alegre. A empresa cedeu um VANT e uma estação de controle de solo por um período de um ano, sem custo para a instituição, para a conclusão do trabalho. Apenas depois é que a FAB deve iniciar o processo de seleção de fornecedores e de escolha de VANTs. Técnicos israelenses estão no Brasil participando do treinamento de militares da FAB.

Em parceria com a Marinha e o Exército, a FAB irá avaliar até dezembro deste ano todas as todas as possibilidades de emprego no país, além de criar regras de utilização e regulamentar o tráfego aéreo desse tipo de aeronave. Para fins militares, o equipamento pode realizar missões de reconhecimento e de busca e resgate, entre outras, mas também pode ajudar na área de segurança pública, no controle de desmatamento e em operações de defesa civil.

“A novidade tecnológica, até então adotada em poucos países, hoje se faz realidade no Brasil. Além de grande autonomia, baixo custo de operação, a aeronave aida propicia informações em tempo real”, afirmou o Comandante-Geral de Operações Aéreas da FAB, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antônio Saboya Burnier.

O equipamento chegou ao país em 9 de dezembro do ano passado e, ao longo do mês de janeiro, militares da FAB receberam instrução específica em Santa Maria.

Do interior de um abrigo (shelter) especialmente montado para operações militares, pilotos são capazes de controlar a aeronave a quilômetros de distância. A aeronave é remotamente controlada e, por meio de sistema de enlace de dados, é capaz de distribuir as imagens captadas, como no exemplo presenciado pelos repórteres. O caso mais recente, e que demonstra a importância dos sensores, foi a localização dos destroços do voo 447 no meio do oceano, no ano passado, pela aeronave R-99 da FAB.

“As possibilidades de emprego desse tipo de aeronave são muitas”, disse o gerente do grupo de trabalho, Tenente-Coronel-Aviador Paulo Ricardo Laux, ao explicar as vantagens desse tipo de equipamento. O VANT mede 6 metros de comprimento e 10 metros de envergadura (da ponta de uma asa a outra). Voa a 110 km/h, pode atingir cerca de 5 mil metros de altitude e permanecer em voo por mais de 15 horas. O custo da hora de voo é quase um décimo de outra aeronave tripulada.

Segundo o diretor-executivo da Aeroeletrônica, Vitor Jaime Neves, a empresa apoia o projeto de criação de um centro de excelência em VANTs no país, na região de Santa Maria. A base escolhida para abrigar o grupo de trabalho é sede esquadrões de A-1 da FAB, aeronaves voltadas para missões de reconhecimento e de ataque. “Vamos aprender com as Forças Armadas quais serão as necessidades futuras para a operação de VANts no Brasil”, destacou.

Na cerimônia, também estiveram presentes o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-ar Cleonilson Nicácio da Silva, o Almirante de Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld, Secretário de Ensino, Logística, Mobilização, Ciência e Tecnologia do Ministério da Defesa e o General de Exército José Elito Carvalho Siqueira, Chefe do Estado-Maior de Defesa, além de outras autoridades civis e militares.

No próximo dia 12 de maio, a Terceira Força Aérea (III FAE) realizará em Brasília um workshop sobre veículos aéreos não-tripulados, no auditório do Sexto Comando Aéreo Regional (VI COMAR).

Inspirados nas bombas voadoras alemãs e em aeromodelos rádio-controlados, foram criados na década de 50 diversos modelos de aeronaves remotamente pilotadas (ARP), ou VANTs. A evolução das tecnologias de miniaturização, enlace de dados e controle de voo impulsionou esses sistemas, tornando-os imprescindíveis nos cenários atuais.

Controlados por meio de sofisticados computadores e sistemas de enlace de dados, esses equipamentos podem ser empregados em diversas missões: reconhecimento, designação laser de alvos, controle de tiro, busca, vigilância urbana, costeira e de fonteiras, entre outras.

Suas principais características são: grande autonomia de voo, baixo custo operacional, fácil integração nos processos de comando e controle, baixo registro em radares (difícil de ser detectado) e a disponibilização de dados em tempo real.

FONTE / FOTOS: FAB (CECOMSAER)

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