Parlamentares demonstram preocupação com atraso na decisão sobre caças

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Parlamentares franceses e brasileiros demonstraram preocupação, nesta terça-feira (20), com o atraso na divulgação do resultado do processo de seleção dos caças que renovarão a frota da Força Aérea Brasileira. Durante o encontro, realizado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senadores dos dois países discutiram ainda a extensão do processo de transferência de tecnologia que acompanhará a venda dos novos jatos ao Brasil.

No início da reunião, o presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), recordou que os dois países firmaram recentemente parcerias para a construção de submarinos nucleares e helicópteros no Brasil. Por sua vez, o senador Roland Du Luart, presidente do Grupo de Amizade França-Brasil no Senado francês, ressaltou o bom momento das relações bilaterais e a “parceria excepcional” na área econômica.
Em seguida, porém, o senador socialista francês Bernard Angels informou que existe nesse momento, em seu país, uma “certa ansiedade” em relação à divulgação da empresa vencedora do processo de seleção para a venda dos caças. Além da francesa Dassault, fabricante dos jatos Rafale, concorrem a norte-americana Boeing, com seus F-18 Super Hornett, e a sueca Saab, com os jatos Gripen.

Em resposta, Azeredo observou que representantes dos três países envolvidos já visitaram o Senado para apresentar suas propostas. Ele lembrou ainda que os produtores franceses foram questionados em relação ao preço dos Rafale, que seria mais alto que os dos dois outros concorrentes. Por outro lado, o senador concordou com seu colega francês ao afirmar que “o adiamento da decisão é inexplicável”.

– Nós, da oposição, consideramos precipitado o anúncio feito pelo presidente Lula (da Silva), favorável ao Rafale, no Dia da Independência do Brasil. Mas já nos preocupa a demora na decisão – disse Azeredo.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), por sua vez, classificou como uma “hipocrisia” a proposta das três empresas relativa à transferência de tecnologia ao Brasil. Em sua opinião, nenhuma delas promoveria a transferência total de tecnologia. Ele recordou ainda a existência de componentes norte-americanos nos caças Rafale e perguntou se não haveria dificuldade em promover essa transferência de conhecimentos sem obter a permissão dos Estados Unidos.

Nesse momento, o embaixador francês no Brasil, Yves Saint-Geours, garantiu que a tecnologia utilizada nos aviões Rafale é “100% francesa”. Logo em seguida, o senador Roland Du Luart reforçou seu apoio à transferência de tecnologia ao Brasil.

Durante o encontro, Azeredo e Heráclito manifestaram ainda, em resposta a questionamentos de seus colegas franceses, preocupação em relação à aproximação do governo brasileiro com o Irã e com a situação política na Venezuela. Heráclito disse esperar que “não se traga para a América do Sul tensões que existem em outras regiões do mundo”.

FONTE: Agência Senado / SUGESTÃO: Rodrigo Martins Ferreira

NOTA DO EDITOR: A demora no anúncio na escolha final do Rafale como vencedor do Programa F-X2 é sintoma de que algo vai muito errado com o processo. E a cada dia a situação fica mais complicada, pois fica mais difícil para o Governo convencer a Sociedade que o negócio com a França seria melhor para o Brasil, diante da proposta de geração de empregos no Brasil pela Saab e da possibilidade de compra de 200 Super Tucanos pelos EUA.

A França, além de ter a proposta mais cara, não dá nenhuma compensação econômica em termos de “off-sets”, no mesmo patamar de Suécia e EUA, além da suposta “independência tecnológica”.

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