Íntegra do discurso do ministro da Defesa na entrega das aeronaves MI-35

65

Base Aérea de Porto Velho – RO, em 17 de abril de 2010

Entrega das aeronaves Mi-35 (Helicópteros de ataque adquiridos da Rússia) ao Esquadrão Poti.

O Ministro da Defesa comparece a esta solenidade dividido entre emoção, o orgulho e a honra na participação no processo de aquisição destes Mi-35H.

Coroamos, agora, longa, penosa e vitoriosa negociação. É relevante momento histórico para a FAB.

Estes equipamentos robustecem a aviação de asas rotativas. Dá à Força importante ganho doutrinário, operacional e tecnológico, referidos pelo Brigadeiro Saito.

Estes helicópteros constituem importante negociação na linha determinada pela Estratégia Nacional de Defesa de 2008. São 12 Mi-35 no valor de 363,9 milhões de dólares. Mas não é mera compra.

Incluem o mesmo valor da compra – 363,9 milhões de dólares – como compensação comercial. Ou seja, são investimentos russos no Brasil.

Além da primeira plataforma de helicópteros de combate, teremos no Brasil:

  • Oficinas de manutenção para, por exemplo, plataforma, rotores, motores, caixa de engrenagem, estrutura, tais oficinas prestarão serviços para a América Latina (Peru, Venezuela, Colômbia, por exemplo) e, também, para o continente africano. Estarão disponíveis ao setor privado nacional;
  • Absoreveremos, ainda, tecnologia em simuladores de voo;
  • Além do mais, o intercâmbio em certificação e homologação de aeronaves.

Os nossos pilotos, engenheiros e mecânicos já estão e continuarão treinamento de últimas técnicas de empregos. Este é o Brasil não comprador líquido. É uma quebra de paradigma.

Somos internalizadores de tecnologia, conhecimento e treinamento para o desenvolvimento nacional. Mas temos mais.

Referimo-me o projeto fx-2.  O procedimento do fx-2 iniciou em 1995. São 15 anos. O Brasil tinha, então, o propósito específico de aquisição de aeronaves de caça. Tal propósito foi reorientado em razão da Estratégia Nacional de Defesa (END).

A partir da END foram rejeitadas soluções que envolvessem tão-somente a compra de aeronaves. Passou-se a priorizar a contratação de um pacote tecnológico de capacitação da indústria nacional,  para a produção da aeronave desejada e desenvolvimento da próxima geração.

O brigadeiro Saito é testemunha do esforço do governo para que o projeto fx-2 “reorientado” se concretize a tempo. O processo é longo. Provoca ansiedade. No entanto, estamos muito próximos da decisão final, decisão final essa que o Presidente da República deseja tomar nos próximos 30 dias.

Observo que o brigadeiro Saito mencionou que os equipamentos do “AH-2 Sabre” permitirão o cumprimento de missões de superioridade aérea e de interdição com muito mais eficiência. Eles garantirão a inviolabilidade do espaço aéreo da região amazônica.

Não venha ninguém dizer como o Brasil deve tratar a Amazônia. Nós protegeremos a Amazônia para nós e para o mundo, e que o mundo saiba disso. Encerro e cumprimento a todos.

O Ministério da Defesa tem conciência que o “Sabre” será, rapidamente, integrado às rotinas do Esquadrão Poti.
Tudo isso não é para nós; não é para a nossa geração; não é para os atuais pilotos da Força Aérea, do Exército, da Marinha. Tudo isso é pelo Brasil. Para o Brasil

Muito obrigado!

FONTE: MinDefCOLABOROU: Leandro RQ

wpDiscuz