Demonstrador do futuro pós-Rafale, versão UCAV

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Conheça o básico sobre o Neuron, com informações do site da Dassault.

Segundo informações de divulgação do Neuron, para os próximos vinte anos a indústria de aviões de combate europeia tem três desafios:

1 – o desenvolvimento de tecnologias estratégicas que os EUA já dominam ou dominarão, e que não serão transferidas para a Europa;

2 – manutenção de sua experiência e excelência, levando-se em conta que, por falta de carga de trabalho, esse conhecimento pode ser perdido;

3 – carga de trabalho para os bureaus de projeto europeus.

Antes de 2030, porém, a oportunidade de lançar um novo programa de aeronave de combate na Europa, baseada inteiramente em desenvolvimento europeu, claramente não existirá, levando-se em consideração os atuais aviões de combate do continente. Assim, o governo francês decidiu lançar um projeto de um demonstrador de veículo aéreo não tripulado de combate (UCAV – unmanned combat air vehicle technological), o Neuron, para que os bureaus de design da Europa pudessem desenvolver know-how e manter suas capacidades nos próximos anos.

Para que o programa pudesse ser cooperativo, mas ao mesmo tempo efetivo, concentrando decisões e implementações, a DGA (Direção Geral de Armamento, da França) gerencia o projeto, com um único contratado principal, a Dassault Aviation. Aproximadamente metade dos trabalhos, porém, são de reponsabilidade de parceiros industriais não franceses.

Como meta principal do programa Neuron, lançado oficialmente em Le Bourget em 2003, o primeiro voo do demonstrador de tecnologia deverá se realizar em 2012. As demais metas são: realização de missão ar-terra, dentro de um ambiente de guerra centrada em redes; plataforma furtiva, tanto ao radar quanto à detecção por infravermelho; baia interna de armamentos.

Vale lembrar que o Neuron é um demonstrador de tecnologia, não respondendo a necessidades / requerimentos operacionais militares. Porém, deverá permitir a aplicação, integração e validação de tecnologias já existentes ou em desenvolvimento para vetores não tripulados, demonstrando a maturidade e a eficácia das soluções técnicas.

Não é também meta do projeto o desenvolvimento de novas armas ou de motores específicos. Ainda assim, a intenção é demonstrar um sistema de aviônica modular e confiável, utilizando computadores disponíveis comercialmente (COTS), além de software crítico de alta produtividade e qualidade.

O Neuron deverá ser a primeira plataforma stealth (furtiva), de porte grande, desenvolvida na Europa.

Como desafios, estão a forma do veículo (aerodinâmica, estrutura em material composto e baia de armamentos), maior dependência de sistemas elétricos e sistema de refrigeração avançados, a inserção desse tipo de aeronave no espaço aéreo, os algoritmos de alto nível necessários para o desenvolvimento dos sistemas automatizados, além do papel do “fator humano” nas missões.

Destaca-se a demonstração da tecnologia da baia de armamentos, dado que hoje os aviões de combate europeus carregam seu armamento externamente. Numa etapa posterior, planeja-se carregar também, na baia de armamentos, equipamentos de reconhecimento, entre outros.

Parceiros do programa

A Dassault Aviation, segundo a DGA, deve transferir aproximadamente 50% do valor do trabalho para parceiros europeus, o que significa indústrias não francesas. Para tanto, baseou-se em experiência e excelência de nichos de tecnologia, competitividade para reduzir custos, proporcionando o maior “valor pelo dinheiro investido”, contribuição financeira dos países envolvidos, num conceito de “retorno geográfico”, para maior flexibilidade, o que é negociado a nível governamental. Assim, juntaram-se ao programa os parceiros:

  • Alenia (Itália), responsável por um novo conceito de baia interna de armamentos (inteligente), portas da baia e seus mecanismos, assim como o projeto e desenvolvimento do sistema de geração e distribuição de energia, além dos testes de solo e de voo.
  • SAAB (Suécia), responsável pelo projeto geral, da fuselagem equipada, aviônicos, sistema de combustível e parte dos testes de voo.
  • Hellenic Aerospace Industry (HAI, da Grécia), responsável pela fuselagem traseira, tubeira de exaustão e bancada de testes.
  • EADS (Espanha), responsável pelas asas, estação em terra e a integração do data link (enlace de dados).
  • RUAG (Suíça), responsável pelos testes de túnel de veto e pelas interfaces do armamento.

Já a Dassault (francesa) tem a gerência do projeto, projeto geral e arquitetura do sistema, além do sistema de controle de voo, montagem final e testes de solo, além dos de voo.

FONTE / IMAGENS: Dassault Aviation

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