Após 33 anos, Brasil e EUA assinam acordo militar
DENISE CHRISPIM MARIN – Agência Estado
O último documento sobre a cooperação bilateral na área de defesa foi assinado nos anos 50 e vigorou até 1977, durante a gestão do general Ernesto Geisel na Presidência. Assinado em Washington pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, o texto marca uma nova estrutura do diálogo bilateral e traz “mudança criativa na maneira de os dois países entenderem as relações entre suas Forças Armadas”, segundo disse hoje o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon.
A assinatura do acordo reforçou o lobby americano em favor dos caças F-18 Super Hornet, da americana Boeing, no processo de aquisição da Força Aérea Brasileira (FAB), mesmo com a decisão política já tomada pelo governo brasileiro de vitória do concorrente Rafale, da francesa Dassault. A insistência americana tem como atrativo uma possível barganha, que envolve os processos de compra de aviões de ataque abertos pela Marinha e pela Aeronáutica dos EUA, nos quais os SuperTucanos, da Embraer, são fortes concorrentes.
“O acordo é necessário para a venda de um sistema de armas. Mas esse não foi seu propósito. O objetivo é ampliar e avançar as relações entre o Brasil e os EUA, modernizar a capacidade de cooperação das Forças Armadas dos dois países em diferentes áreas”, afirmou Shannon. “Mas, a decisão do Brasil é soberana e não depende do acordo de cooperação com os EUA.”
Como meio de dispersar desconfianças semelhantes às envolveram o Tratado entre EUA e Colômbia na área de Defesa, em meados de 2009, o governo brasileiro propôs que fosse incluído um artigo – número 3 – no qual os dois lados reforçam seus compromissos de respeito aos países vizinhos.
FONTE: Estadão
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