Justificativas de Jobim pelo Rafale não convencem deputados
A declaração foi dada em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira.
De fato, a oferta dos aviões suecos e americanos já embutem uma autorização prévia para compra de equipamentos de terceiros. Provavelmente, o caça francês também.
Caso o raciocínio de Jobim valesse, o governo americano teria que autorizar o uso do GPS pelo caça francês já que o sistema europeu de posicionamento por satélite não está operacional.
Outro ponto não considerado é o fato de que o avião francês possui equipamentos eletrônicos americanos e suecos, como a mira laser (sic).
Assim, seguindo o raciocínio de Jobim, o Rafale poderia depender de autorizações do governo sueco e norte-americano para poder ser operado no Brasil.
Parlamentares ouvidos ficaram impressionados pela preferência de Jobim pelo Rafale e o fato de que a preferencia é baseado em uma vaga justificativa de que interessa à segurança nacional e em transferencia de tecnologia.
Um dos que se manifestou intrigado com a postura de Jobim foi o deputado federal Maurício Rands (PT/PE), ex-líder do seu partido na Câmara.
Interessante destacar que pressionado pelo fato de que a FAB preferiria o caça sueco, assim como a FIESP, a Embraer e os metalúrgicos do ABC, Jobim apresenta argumentos variados.
Inicialmente, dizia que o avião não existia. Depois afirmou que o avião só tem um turbina. Agora afirma que o a multiplicidade de fornecedores é um problema.
A justificar sua preferencia pelo avião francês, Jobim argumentou que a questão tecnológica era essencial.
Justamente no quesito transferencia de tecnologia, o avião francês ficou em último lugar no relatório técnico da FAB. Atrás do caça americano F18 e do sueco Gripen.
Após a audiência, parlamentares lembraram que a condução confusa do Ministério da Defesa no processo estaria levando o Ministério Público a investigar a operação, conforme informações de ontem da CBN.
FONTE: Brasília em tempo real
NOTA DO BLOG: apesar de alguns erros de digitação do texto original do Brasília em tempo real, o artigo mostra uma visão diferente do mesmo assunto mostrado no texto da Agência Brasil, publicado ontem, que ressaltava alguns pontos da audiência do Ministro da Defesa na Câmara. Vale a pena compará-los, assim como, para os que tiverem quatro horas de tempo disponíveis, assistir ao vídeo da audiência (clique aqui para acessar).