Aeronáutica diz que não lhe cabe decisão política sobre caças
Em ofício a Jobim, Alto Comando afirma que, sob aspecto técnico, Rafale, Gripen e F-18 atendem à necessidade da FAB
Tânia Monteiro
Dessa forma, a FAB endossa a possibilidade de o governo escolher o Rafale, da Dassault, mesmo sendo o mais caro dos três concorrentes. Tanto Lula quanto Jobim já disseram em público que a preferência é pelo caça francês porque a Dassault oferece o melhor pacote de transferência de tecnologia.
Depois de avaliar o relatório da comissão da FAB, que analisou os três caças finalistas e pontuou o Gripen em primeiro lugar, o F-18 em segundo e o Rafale em terceiro, Jobim decidiu fazer uma avaliação própria, dentro da estratégia da política de defesa. Sua análise tem como premissa básica a necessidade de o País se capacitar e desenvolver tecnologicamente, o que só é possível com transferência de tecnologia (oferecida de forma irrestrita pela França).
Para os oficiais, o importante é que a questão seja resolvida o mais rapidamente possível, com a opção de compra de qualquer um dos três modelos. Os brigadeiros temem que a decisão acabe sendo atropelada pela campanha eleitoral e o desfecho seja adiado mais uma vez – o assunto se arrasta desde o segundo mandato do governo Fernando Henrique Cardoso (1999-2002).
Ontem mesmo o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, entregou ao ministro da Defesa a resposta da FAB. Jobim vai agora preparar um relatório, que será entregue ao presidente Lula – ele volta da viagem ao Oriente Médio neste fim de semana. O relatório será levado ao Conselho Nacional de Defesa, a ser convocado pelo presidente Lula.
FONTE: O Estado de São Paulo