Primeira inspeção em voo completa 51 anos
Uma aeronave de inspeção em voo é um avião aparentemente comum, só que em seu interior há um laboratório eletrônico para aferição de equipamentos que auxiliam a navegação aérea. A tripulação é composta por profissionais de alta qualificação, com curso específico e treinamento adequado ao exercício dessa atividade. A missão é realizada até hoje pelo Grupo Especial de Ensaio em Voo (GEIV) unidade pertencente ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).
História – Nos anos 50, o então Ministério da Aeronáutica negociou com os EUA a transferência de conhecimento e tecnologia para a implantação de equipamentos de auxílio à navegação aérea para o Brasil e execução da atividade de inspeção em voo. Como a aparelhagem ainda era muito recente e desconhecida, foi preciso providenciar assistência técnica, apoio para instalações dos aparelhos e treinamento de pessoal especializado para as manutenções necessárias.
Em julho de 1955, o governo brasileiro assinou o acordo que daria origem ao embrião do Projeto CONTRAF (Controle de Tráfego Aéreo). De 57 a 58, oficiais e civis brasileiros foram enviados aos EUA para formação de técnicos e pilotos-inspetores, que integrariam a primeira tripulação operacional brasileira para a atividade.
Hoje – Para gerir o espaço aéreo brasileiro com segurança e eficácia, o DECEA precisa manter aferidos e operando seus equipamentos de auxílios a navegação aérea, aproximação e pouso.
Jatos Hawker EU93A de alta performance e aviões Bandeirante são empregados hoje pelo GEIV na atividade de inspeção em voo e aferição de todos os auxílios à navegação instalados no Brasil.
O GEIV voa todo ano, praticamente todos os dias, inspecionando periodicamente equipamentos de comunicação, de trajetória de aproximação visual (VASIS/AVASIS), de trajetória de aproximação de precisão (PAPIS), de recalada (VHF-DF), omnidirecionais em VHF (VOR), medidores de distância (DME), além de aferir sistemas de pouso por instrumentos (ILS), sistemas de luzes de aproximação (ALS), radiofaróis não direcionais (NDB), radares (primário e secundário) e radares de aproximação de precisão (PAR), perfazendo um total de aproximadamente 900 equipamentos de auxílio à navegação aérea.
A unidade também realiza inspeções em voo, eventualmente, em outros países da América do Sul, por meio de contratos firmados internacionalmente.
Atualmente, devido à crescente incidência de interferências nas faixas de freqüência dos serviços aeronáuticos, a unidade também atua na a monitoração, identificação e localização dessas interferências nas faixas de freqüência utilizadas pela aviação brasileira.
FONTE: CECOMSAER, com informações do DECEA