Suécia pede transparência do governo brasileiro no processo de escolha de caças

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Gabriela Guerreiro

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Carl Bildt, disse nesta quinta-feira esperar que o processo do governo brasileiro de escolha dos 36 aviões caça que serão vendidos ao país seja “transparente e justo”. Depois de o governo bater o martelo nos bastidores sobre a preferência pelo caça francês Rafale, e não pelo sueco Gripen NG, o ministro afirmou que o país europeu tem muito a oferecer ao Brasil caso a aeronave seja escolhida.

“Eu presumo que seja um processo transparente e justo. Não é nenhuma surpresa que eu fale em favor da oferta sueca, que é muito forte com relação a tecnologia de ponta”, afirmou. Sem comentar o assunto em detalhes, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) disse que o processo de escolha dos caças é “obviamente transparente”.

Bildt disse que, além do preço competitivo, a Suécia pode oferecer ao Brasil maior tecnologia que os demais países que estão no páreo para a venda das aeronaves. “A mídia acha nosso preço competitivo, mas é forte na tecnologia de ponta. Independente do interesse comercial, queremos desenvolver uma relação de alta tecnologia entre Suécia e Brasil”, afirmou.

Reportagem da Folha antecipou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Nelson Jobim (Defesa) decidiram em favor do caça Rafale após a francesa Dassault reduzir de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) o preço do pacote de 36 aviões para a Força Aérea Brasileira.

O Rafale ficou em último no relatório técnico da FAB, que trouxe em primeiro o caça sueco Gripen, fabricado pela Saab, e em segundo o americano F-18, da Boeing. Mesmo com a redução, os aviões franceses têm preço muito superior: a proposta sueca foi de US$ 4,5 bilhões, e a dos EUA de US$ 5,7 bilhões. Somando o custo estimado de manutenção em 30 anos, ao fim do período de vida útil o gasto com os caças será de R$ 18,8 bilhões.

A opção pela França, porém, foi definida há mais de um ano –o Planalto vê a decisão como política e o país como parceiro estratégico.

FONTE: Folha Online FOTO: Agência Brasil

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