Nem Gripen, nem Rafale muito menos Phantom

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No dia 26 de setembro de 1945, o professor Richard Smith, diretor da cadeira de Engenharia Aeronáutica do M.I.T., nos Estados Unidos da América, fez uma palestra no Brasil intitulada: “Brasil, futura potência aérea”. Tinha vindo ao país auxiliar o marechal Casemiro Montenegro Filho, da Aeronáutica, a criar, nos moldes mais avançados à época e nos dias de hoje, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o ITA como é conhecido hoje essa famosa escola de Engenharia Aeronáutica, considerado o “MIT Brasileiro”. Como o marechal Casimiro sonhava, o ITA formou em seus quadros uma massa crítica de engenheiros que em 1969 fundou a Embraer, liderados pelo bauruense Ozires Silva, hoje a terceira maior empresa de aviação do mundo, só perdendo espaço para os gigantes Boeing, dos EUA, e a Airbus, formada por um consórcio com vários paises europeus.

Hoje, quando o governo federal está prestes a entregar uma conta de 20 bilhões de dólares a franceses, suecos ou norte-americanos, não custa lembrar o exemplo desse genial militar aviador que desafiando a todos possibilitou ao Brasil ter um item de exportação de ponta, que gera milhares de empregos e bilhões de dólares em divisas que não os nossos tradicionais produtos de exportação agrícolas apelidados de “commodities”.

Criássemos um parque aeronáutico, gerido pela Embraer, para projetar, desenvolver e produzir um avião supersônico, a partir de encomendas da Aeronáutica Brasileira, teríamos em poucos anos mais um orgulho nacional que geraria milhares de empregos, desenvolveria a nossa tecnologia aeronáutica e desafiaria a nossa juventude bem dotada a criar soluções geniais para os problemas de voar a velocidades acima do som.

Infelizmente, partimos para soluções mais fáceis, como comprar aviões que não nos trarão vantagens, pois a prometida “transferência de tecnologia” nos dias de hoje esbarra em dispositivos legais dos países que nos querem vender os supersônicos que impedem que ela aconteça de forma integral devido à “questões de segurança nacional” (vide o “Patriot Act” – Ato Patriótico dos EUA).

Como lembrou Richard Smith, do M.I.T e colaborador do marechal genial: “O Brasil não deve adquirir aviões lá fora. Mesmo que esses lhe sejam oferecidos de graça”. Essa afirmação se deve ao fato de que com o tempo as peças de reposição seriam tão caras quanto um avião novo e também por que nós não desenvolveríamos a nossa própria indústria de aviões. Hoje, não deveríamos ceder a tentação do caminho mais fácil, do “Lobby Elegante” francês que gastou centenas de dólares com membros do legislativo brasileiro para amaciar o caminho do supersônico Rafale e termos a coragem e a genialidade do Marechal Casimiro Montenegro Filho que desafiou seus pares, em especial o também marechal aviador Eduardo Gomes, que não queria a criação do ITA, e partirmos para o nosso “supersônico caboclo” que já nasceria com a marca da Embraer, a terceira maior e melhor construtora de aviões do mundo.

Basta termos a coragem do marechal, não cedermos ao “Lobby Elegante” de nenhum país e que a nossa Aeronáutica, lembrando do seu filho mais ilustre e genial, verdadeiro visionário, faça encomendas do nosso supersônico Saci, como já fez no passado com os aviões da Embraer que apenas nascia. Portanto, para todos que leram esse apelo: Nem Gripen, nem Rafale muito menos Phantom. Vamos fazer o nosso “supersônico caboclo” para o crescimento da nossa economia e tecnologia aeronáutica.

O autor, Fábio Pallota, é professor de História do Colégio Fênix e colaborador de Opinião

FONTE/FOTO: Jornal da Cidade de Bauru/RAF

NOTA DO BLOG:
Phanton??????????

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