Últimas apostas para vender caças
Franceses, suecos e americanos adotam novas estratégias de convencimento
Os suecos, que oferecem o Gripen NG da Saab e contam com a preferência da Aeronáutica, mantêm contatos com empresas brasileiras e enviarão seu chanceler ao país em fevereiro.
Os franceses, mais discretos, preferem os contatos diretos entre governos, mas começam a reagir à onda de críticas quanto ao preço de seu caça, único problema que ameaça sua vantagem aos olhos do governo.
O valor unitário do Rafale, dentro do pacote de especificações brasileiras, é desconhecido. A Dassault apenas repete, há meses, que o preço oferecido ao Brasil é compatível com o cobrado da Força Aérea francesa.
Segundo a Dassault, “preço compatível” é o termo usado pelo presidente Nicolas Sarkozy em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o 7 de Setembro, quando os dois anunciaram a negociação direta para a compra dos Rafales. O Brasil pressiona pela redução do valor. A Boeing sustenta que o SuperHornet é cerca de 40% mais barato. A Saab estima que o Gripen NG é algo entre a metade ou um terço do preço francês. Ambas se baseiam em consistências de outros países.
A FAB nunca mencionou valores, e a estimativa preliminar, há um ano, era de um investimento total de US$ 2 bilhões, cifra reconhecidamente insuficiente para bancar a parceria com a França. Hoje, a avaliação geral é a de que o negócio pode chegar a US$ 5 bilhões. O governo brasileiro deve pagar uma entrada de cerca de 20%, e o restante será financiado. O único governo que não oferece o empréstimo é o dos EUA, o que a Boeing reconhece como uma fraqueza.
FONTE: Blog do Noblat
NOTA DO BLOG: esta última frase é um tanto quanto peculiar, pois a Boeing sempre vendeu seus aviões militares ou não, através de contratos comerciais com financiamento privado ou através de programas militares de ajuda a países aliados.